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Teatro Comunitário, resistência iluminada





Livro Teatro Comunitário
Livro-reportagem Teatro Comunitário, resistência iluminada  




Gente é com muito prazer que acabo de lançar um livro-reportagem, Teatro Comunitário, resistência iluminada com objetivo de eternizar a trajetória  do teatro contemporâneo de nossa Lauro de Freitas. São 14 entrevistas revelando a importância do teatro comunitário em nossa cidade.    

Vejo o teatro comunitário como algo imprescindível, chegando a superar o real papel artístico, encarando de frente as adversidades sociais, sem perder a esperança de dias melhores. Salvando almas e transformando pessoas. Compartilhando perspectivas com o tempero mágico da criatividade. Aliando liberdade e pertencimento ao lugar onde se vive. Conduzindo dores e beleza cotidiana. Expressando pensamentos e a troca recíproca entre ideias e opiniões.

Quase sempre sem o devido apoio e em lugares improvisados, mas, permitindo o resgate através do cultivo das artes e na valorização da identidade local, frente à escassez de projetos socioculturais e estruturantes. 

Através de entrevistas ao longo do período pandêmico, onde o isolamento era a única saída para quem pôde ficar isolado, encontrei uma válvula para tentar continuar a jornada e ocupar o tempo com uma rotina regular. No meu caso, iniciei uma séria de entrevistas pelo WhatsApp e por e-mail com amigos e amigas do universo cultural.  

Os artistas tiveram que brecar abruptamente suas atividades na esperança de um dia retornar como antes. Estamos em dezembro de 2022 e a impressão que tenho é que o pior já passou, entretanto, as marcas irreparáveis estão conosco, sobretudo pelas partidas precoces de amigos e entes queridos. A todos deixo aqui respeitosamente minhas condolências.   
 
Em um período de devastação organizacional, financeira, psicológica e de produções culturais interrompidas, o teatro fechou literalmente as cortinas. Peças canceladas, patrocínios descontinuados, convênios anulados, oficinas e aulas suspensas. Um grande baque para todos, principalmente entre as comunidades, artistas, produtores e toda classe trabalhadora da tríade cultural, onde o equilíbrio social vive distante do ideal. O teatro nas comunidades e na vida de forma geral é uma válvula de escape, verdadeira imunidade para alma e um elo na formação sociocultural.   


Livro Teatro Comunitário
São 14 entrevistas com personagens ligados ao teatro laurofreitense 



Neste período o céu ficou cinzento, e como o tempo continua nublado, os dias estão custando a melhorar. A arte até este tempo é vista como “supérfluo”, os dias passam vagarosamente no reparo da devassidão que foi deixada. No olho da pandemia só nos restou as redes sociais para escoarmos da melhor forma possível a produção cultural. Não tinha outro caminho! Uma luta dolorosa fazer com que as produções que antes eram vivas, calorosas e humanizadas, pulassem para o universo “frio” do mundo virtual com o mesmo calor. 

A classe cultural teve que explorar mais uma vez a inventividade e a realidade eram as redes sociais e nelas as possibilidades foram postas através de oficinas, troca de experiências, estudos, pesquisas e até mesmo espetáculos produzidos neste universo opaco. A telinha do celular foi imprescindível nesta jornada. Se antes da pandemia viver de arte era algo extremamente incompreensível, com a pandemia tudo ficou de cabeça para baixo. E “pós pandemia” estamos andando em um beco pouco iluminado.  

Como artista e ser humano me encontrei navegando em um denso nevoeiro norteado por um longínquo facho de luz, forjado de esperança, que não dava para observar a linha do horizonte. De modo particular, necessitava fazer alguma coisa para manter a mente sadia e a alma iluminada. 

Comecei a entrevistar amigos da área cultural e postar as entrevistas no meu blog, www.blogdomarciowesley.com.br e o resultado foi positivo para todos: para o jornalista, entrevistados e leitores. Estávamos todos no mesmo barco.     
No período crítico, o mundo parou, congelaram as expectativas do retorno e da normalidade. A internet foi nossa ferramenta para diminuir o caos e compartilharmos o que tínhamos de melhor na superação dos medos, lutos e “projetos”. 



Teatro Comunitário Resistência Iluminada
O livro foi lançado no dia 15 de julho na Livaria Lucem, Parque Shopping Bahia  



As redes nos ajudaram a continuar a marcha, embora lenta. No meu caso, reformulei meu blog que estava praticamente em desuso. Retornei a dividir com leitores, entrevistas onde os convidados contavam de forma resumida suas trajetórias, projetos, sonhos, dificuldades, estudos, pesquisas e trabalhos, enfim, um pouco de tudo. O resultado foi muito interessante, o blog passou a ser uma pequena referência neste mundo de informações.  


O livro... 

Fiz uma triagem dentro do universo do teatro comunitário e reuni 14 entrevistas com diretores, atores e professores. O objetivo é dividir essas experiências e projetos inspiradores, bem como o fluxo de suas histórias, dificuldades, sonhos e pontos de vistas distintos e ao mesmo tempo, equivalentes no campo do teatro social, que para mim, é um instrumento real de pacificação, saúde da alma e do corpo. 

Um ponto predominante na geração de oportunidades, educação, capacitação, socialização e aperfeiçoamento do senso crítico. Uma oportunidade de vivenciar cultura, valorização das raízes e a preservação da identidade de onde se vive. 




Teatro Comunitário
Os livros estão disponíveis nas livrarias Lucem, Parque Shopping Bahia e na LDM, Shopping Bela Vista 



Dedico este livro-reportagem ao meu querido irmão, o nosso saudoso Duzinho Nery, diretor teatral sublime, que nos deixou precocemente no dia 29 de dezembro de 2021. Um apaixonado pelo teatro, produção teatral e sua comunidade. Uma verdadeira referência cultural que colocava as mãos na massa. Óbvio que seu modelo preferido era o teatro comunitário. Ele nunca desistiu de seus sonhos e dizia, “cultura se faz, não espera acontecer”.  

Duzinho presente, viva ao teatro!                                                           


 Sumário    

1. Duzinho Nery presente, viva ao teatro!     
2. Hirton Fernandes - Tupã sacudiu o teatro comunitário   
3. Luís Alonso - Lauro é rica culturalmente
4. Andréa Mota - Arte é o pão de cada dia  
5. Renato Lima - O teatro nos liberta 
6. Rafael Magalhães - Teatro, alicerce da formação humana
7. Rubenval Meneses - Precisamos de união para manter a arte 
8. Tobé Veloso - Equidade no Fundo de Cultura 
9. Artêmio da Luz - Precisamos de gestores sensíveis  
10. Paixão do Centro - Maior espetáculo teatral a céu aberto da Bahia   
11. Paixão de Itinga - A arte nos lembra que estamos vivos  
12. Armindo Pinto - Teatro do Oprimido 
13. Katia Franco - O teatro está em tudo que fazemos  
14. Tonny Ferreira - Cultura é algo vivo que nos define como cidadão



O teatro brasileiro nasceu aqui... 


É com imenso orgulho e satisfação que recebi o honroso convite de assinar a apresentação do livro Teatro comunitário resistência iluminada do jornalista, músico, escritor e produtor cultural Márcio Wesley. A sinopse de sua obra nos chama a atenção em um aspecto que considero crucial quando nosso querido escritor afirma: “O teatro nas comunidades e na vida de forma geral é uma válvula de escape, uma verdadeira imunidade para a alma e um elo na formação sociocultural”.

Esse pensamento retrata a importância social do teatro nas comunidades e nos faz refletir sobre o processo de gênese e evolução do teatro brasileiro, com seu berço na velha Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos e nos aldeamentos indígenas estabelecidos na vetusta freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, onde foram plantadas, no século XVI, as primeiras sementes das artes cênicas e musicais no Recôncavo Norte da Bahia, e que germinou com a consagração do primeiro ator brasileiro, o indígena tupinambá Ambrósio Pires. 

Esse memorável fato aconteceu no dia 2 de julho de 1583 no Aldeamento do Espírito Santo hoje Vila de Abrantes, município de Camaçari. Àquela altura seu território estava circunscrito à freguesia de Santo Amaro de Ipitanga. Um livro denominado Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica pela Bahia, Ilheos, Porto Seguro, Pernambuco, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Vicente, São Paulo, etc., escrito no século XVI pelo padre Fernão Cardim, nos deixou o registro da importância do teatro, da dança e da música na formação das comunidades indígenas aldeadas, e da utilização das artes como ferramenta pedagógica no chamado processo de catequese e aculturação dos povos originários.

Fernão Cardim nos informa que, em sua primeira visita ao Aldeamento do Espírito Santo com o padre Cristóvão de Gouveia, foram recebidos pelos indígenas aldeados que tocavam flauta, viola, pandeiro e tambor, e em seguida foi apresentado um belo espetáculo teatral denominado de Auto pastoril. Esse espetáculo foi organizado a partir de um curioso sincretismo que mesclava teatro, cânticos indígenas e hinos religiosos da Companhia de Jesus. 

Essa montagem tinha como protagonistas e figurantes os indígenas tupinambás residentes no aldeamento. Os relatos de Cardim enfatizaram a desenvoltura do ator Ambrósio Pires, um jovem tupinambá cristianizado que representava Anhagá, uma entidade da mitologia Tupi conhecida pelos povos originários como um espírito mal que, entre suas características consideradas negativas, estava a de não saber nadar.

Ambrósio Pires era muito celebrado pelos indígenas e pelos portugueses em razão de sua beleza e de seus trejeitos denominados de "gatimanhos". Ele tirava muitos risos daqueles que assistiam suas interpretações como se fosse uma espécie de cômico ou comediante. 

Nosso célebre artista nasceu por volta de 1550 no Aldeamento do Rio Vermelho, hoje bairro do mesmo nome, na Cidade do Salvador. Ambrósio Pires foi educado pelos padres jesuítas desde os seis anos quando deixou a companhia de sua avó, uma velha tupinambá, e foi levado, no dia 6 de janeiro de 1556, do Aldeamento do Rio Vermelho para o Colégio dos Jesuítas no Terreiro de Jesus, sendo batizado, no dia 15 de agosto de 1556, na Festa de Nossa Senhora da Assunção. Nessa ocasião recebeu seu nome de batismo em homenagem ao reitor do Colégio, o padre Ambrósio Pires.

Após diversas apresentações teatrais nos aldeamentos indígenas do Recôncavo baiano, Ambrósio Pires foi para Lisboa na companhia do padre jesuíta Rodrigo de Freitas. O espetáculo montado no Aldeamento do Espírito Santo é um dos marcos das atividades artísticas e teatrais no Brasil e assegura a Ambrósio Pires o lugar de primeiro ator brasileiro, fruto do estágio embrionário do teatro comunitário no Brasil que para o escritor Márcio Wesley é sinônimo de resistência e cidadania, explica o professor, historiador e escritor Diego Copque na apresentação do livro Teatro Comunitário: resistência iluminada.       


Teatro Comunitário, resistência iluminada Reviewed by Márcio Wesley on julho 18, 2023 Rating: 5

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