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O FOGO PASSOU E AS BATALHAS PERSISTEM...

  



Reflexão   

Lauro de Freitas é um município composto por inúmeras sociedades, divididos por bairros e comunidades, todos a procura de firmamento e muitas vezes agindo de maneira isolada, ainda que toda a cidade não se conheça a fundo, todas as suas comunidades, no entanto, precisam enxergar a existência de movimentos culturais distintos no mesmo território. 

Com a passagem do Fogo Simbólico pelo nosso município notamos a importância das pesquisas e a criação (urgente) de núcleos com profissionais CAPACITADOS em tornar vivo o passado. Só colhemos o que plantamos! Precisamos cuidar da plantação desde a semeadura até a colheita. Para quem compreende a importância deste momento histórico, agora nossa cidade faz parte definitivamente dos festejos da consolidação da Independência do Brasil na Bahia, uma luta de muitos para este reconhecimento. 


Uma ação reparatória necessária e uma festa com a participação ativa de pesquisadores, lideranças comunitárias, sociedade civil e governamental, assim como foram os embates há 200 anos, TODOS JUNTOS!   

A importância da memória

Se a memória fosse mero registro dos fatos de coisas passadas, não se poderia explicar o fenômeno da lembrança. Recordamos percepções de aspectos afetivos, sentimentais, valorativos e de episódios pertencentes a nossa história. 

Essa compreensão nos leva a uma rota de comunidade plural e diversa quando conhecemos esta possibilidade, do contrário, nivelamos todos em um mesmo patamar e desse modo, infelizmente, ainda vive a contemporaneidade do município, a cidade não conhece a cidade. Entretanto, para compreendermos o outro, precisamos compreender quem somos e de onde viemos. 


As pessoas nascem imersas numa cultura e a partir dela conhecem o mundo ao seu redor. Lauro de Freitas carrega na sua entranha essa dificuldade com a realidade de conexão com suas raízes, sobretudo com os milhares de novos moradores oriundos de outras cidades, estados e países, mas que escolheram Lauro para morar. Pessoas que não conhecem as raízes local e não convivem com as tradições e movimentos culturais de onde escolheram viver. Grande percentual desses novos moradores não vivem a cultura da cidade e por mais que tentem, falta algo essencial, pertencimento! E isso não se adquire da noite para o dia. 


Ainda nos esbarramos com a falta de equipamentos e projetos estruturantes primordiais como museus, memoriais, reforma urgente do teatro (gerido pelo governo estadual), centros de cultura, bibliotecas, editais de cultura e uma lei de incentivo municipal para atender as demandas multiculturais dos artistas, produtores, pesquisadores e escritores no caminho da interação entre população e políticas públicas. Precisamos semear o futuro dando um passo de cada vez. Agora o que não se pode é ficar parado. Como diz o ditado, “quem fica parado é poste”.

 

O desafio é conectar! 


Não podemos continuar a jornada permitindo que as gerações continuem sendo sacrificadas sem um plano concreto que vise as prioridades no caminho da preservação da nossa história e raízes culturais. A verdade é que desde o processo de emancipação que "somos uma geração sacrificada", a história de nossa gente não vem sendo preservada, assim como a manutenção e ampliação de projetos que deem a dimensão necessária para colocar nos trilhos as origens culturais que precisam sair da tempestade e do esquecimento, assim como foi a notável participação do nosso território em defesa da liberdade durante a guerra da independência. 

Não podemos vagar perdidos neste sentido. O dever com a salvaguarda precisa ser comunitário, fazer presença no topo da pirâmide e na base das políticas públicas de nossa cidade. Que a chama do Fogo Simbólico possa iluminar os caminhos da preservação e da manutenção da cultura e educação, através de projetos coerentes nos mais diversos gêneros da nossa classe artística e educacional.   

 

Cultura é a nossa maior riqueza

Por meio dessas questões é possível acessar a riqueza plural que fizeram e fazem parte do nosso cotidiano, são homens e mulheres que construíram e constroem com seus trabalhos o modo de vida da nossa gente. É preciso planejar e executar uma estrutura para manter viva e difundir entre as novas gerações e moradores, a nossa cultura “local”. Sabemos que as pessoas participam de diferentes modos dentro do amplo leque da cultura, cada um assumindo uma posição nas suas comunidades. 

A cultura é dinâmica e nunca será estática, entretanto, com a inconsistência de projetos sólidos as vozes das comunidades vêm sendo sufocada pela escassez de incentivos, preservação e pesquisas. Até mesmo o compartilhar da oralidade está se perdendo, tudo vem ficando distante e cada vez pior com o passar dos anos. Se nada for feito, chegará um momento em que os futuros filhos desta terra (Lauro de Freitas), viverão sem pertencimento.           

Viva a luta pela independência cultural, viva a Lauro e ao Dois de Julho! 

 

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Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação
e Semiótica na linguagem artística / Licenciando em Artes 


O FOGO PASSOU E AS BATALHAS PERSISTEM... Reviewed by Márcio Wesley on julho 07, 2023 Rating: 5

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