"Meu Congá” transforma Teatro em templo de arte
Por Márcio Wesley
No último
sábado, 12 de julho, o Cine Teatro Lauro de Freitas viveu uma noite que ficará
gravada na memória de quem acredita que a arte ainda é um dos caminhos mais
legítimos para reafirmar raízes. O espetáculo Meu Congá lotou a casa e
emocionou o público ao dar o pontapé inicial às comemorações do aniversário de
emancipação política da cidade, celebrando seus 63 anos com música, poesia,
dança e devoção.
Sob a condução sensível do ator e escritor Renato Lima, que também assina a direção geral e empresta sua voz poderosa às canções, o show percorreu a alma do Nordeste, misturando ritmos tradicionais como baião, samba de roda e samba reggae a elementos de blues ao rock. Tudo isso em composições autorais, que mesclam lembranças familiares, heranças culturais e sentimentos que só quem é daqui sabe nomear.
Renato dividiu o palco com músicos que seguraram firme a vibração intensa da noite: Guga Gtz, de grooves certeiros no baixo; Luiz Rocha, que fez a gaita chorar e sorrir; Édson Góes, tecendo harmonias no teclado; Márcio Wesley, pulsando na bateria e percussão; e Dr. John, guitarrista e diretor musical, peça fundamental na costura desse encontro musical tão plural e genuíno.
Trazer Meu Congá pra esse palco é um ato de resistência e afeto. É um presente que ofereço ao meu pai, que dedicou a vida ao samba de roda, e também uma forma de mostrar que podemos, sim, criar e cantar nossa própria história. Sou grato demais a cada músico, em especial a Dr. John, que acreditou nesse sonho e me incentivou a dar forma a esse espetáculo que é chão, é verdade, é nossa cara
O público formado por artistas, agentes culturais, famílias inteiras e a comunidade que lotou o teatro retribuindo com emoção, palmas calorosas e lágrimas discretas enxugadas ao som de batuques e riffs que pareciam invocar ancestralidade.
Foi uma noite para comprovar que Lauro de Freitas pulsa cultura, celebra sua origem e não abre mão de se reconhecer pela cultura e a preservação das suas raízes.
Nos
bastidores, aplausos também foram para quem fez a engrenagem girar: produção
dedicada, equipe técnica de som e luz, bailarinos, funcionários do teatro e,
principalmente, o povo ipitanguense, que abraçou o espetáculo como parte de sua
própria festa.
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Com Meu
Congá, Lauro de Freitas iniciou as comemorações da emancipação de forma
simbólica, conectando presente, passado e futuro num canto autoral, forte e
coletivo. Que venham os próximos atos.
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista | MBA em Comunicação | Licenciado em Artes

Um misto de Cultura e ancestralidade.
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