Estudantes do Barro Duro revelam a história viva da comunidade
Por Márcio Wesley
Na última segunda-feira (21), a Escola municipal Barro Duro, em Lauro de Freitas, se transformou em um verdadeiro laboratório de olhares, memórias e descobertas. Através de uma oficina fotográfica sensível e participativa, conduzida pelos arte-educadores Isaias Santana e Miguel Paranhos, do grupo Ondas do Saber: educando pela comunicação.
Os estudantes mergulharam numa vivência que uniu arte, história e identidade comunitária. A iniciativa contou com o apoio da Feira literária inclusiva produzida pela ALALF - Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas, que reforça o compromisso de democratizar o acesso à leitura, à cultura e à memória local.
No primeiro momento da oficina, os alunos foram apresentados aos fundamentos teóricos da fotografia. Com uma abordagem didática, Isaias e Miguel abriram janelas de compreensão sobre enquadramento, luz, foco e, sobretudo: a fotografia como ferramenta de registro e preservação da história viva do bairro.
“A fotografia é um instrumento potente de aprendizagem histórica porque permite ao aluno olhar para sua própria realidade e entendê-la como parte de um processo social maior. Fotografar é também escrever a história com luz”, destacou Isaias Santana.
Na segunda etapa, a teoria ganhou as ruas. Celulares em punho, olhos curiosos e passos atentos, os jovens saíram da escola com a missão de registrar os espaços mais simbólicos da comunidade.
Pelas lentes dos estudantes, surgiram imagens que revelam a alma do bairro: a igreja que guarda celebrações e afetos, a praça que acolhe encontros e brincadeiras, a feira que colore o cotidiano com seus aromas, sabores e vozes, o campo de futebol onde se misturam risos, dribles e sonhos.
Para o professor de história Tássio Cardoso, que acompanhou a atividade, iniciativas como esta reafirmam a escola como território vivo de criação, pertencimento e memória.
“A oficina não apenas proporcionou um aprendizado interdisciplinar, mas fortaleceu os laços dos alunos com sua comunidade. Precisamos valorizar cada vez mais a história e a cultura local”, ressaltou o professor.
Cada clique foi muito mais que uma fotografia, foi um gesto de resistência e pertencimento. Foi, como Paulo Freire nos ensina, um ato de esperança e reinvenção do cotidiano:
Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão — Paulo Freire
Assim, cada imagem se torna uma forma de escrever e ler o mundo que começa na rua de casa, na praça, no campo de futebol e no olhar de quem ousa registrar a própria história.
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Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista | MBA em Comunicação | Licenciado em Artes
Estudantes do Barro Duro revelam a história viva da comunidade
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julho 22, 2025
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