Unificar Cultura e Esporte em Lauro um retrocesso nas políticas públicas?
Por Márcio Wesley
A decisão de unificar as Secretarias de Cultura e Esporte em Lauro de Freitas, uma cidade com mais de 200 mil habitantes, suscita preocupações entre agentes culturais, atletas e a sociedade civil. Essa união de áreas com necessidades tão específicas poderá comprometer a eficiência na gestão, visto que a cultura e o esporte possuem necessidades próprias que requerem atenção exclusiva.
Cultura é mais do que uma expressão artística; é um pilar de identidade e memória coletiva. Já o esporte desempenha papel vital na saúde, lazer e integração social. Ambas as áreas precisam de gestores que compreendam suas particularidades e que possam dedicar-se plenamente ao desenvolvimento de políticas públicas eficazes e transformadoras.
A fusão das pastas, sem ampla consulta pública e diálogo com os principais interessados, pode ser vista como um passo atrás na gestão municipal. Em uma cidade como Lauro de Freitas, marcada por uma rica diversidade cultural e potencial esportivo, é imprescindível que cada área tenha uma estrutura independente, capaz de atender às suas demandas e potencializar seus resultados.
O que está em jogo na cultura?
Para os fazedores de cultura, a maior preocupação é que a unificação enfraqueça políticas públicas culturais consolidadas ao longo de anos.
No caso do patrimônio histórico e cultural, algo que é extremamente necessário com exigências importantes, como a criação de um museu municipal, o fortalecimento dos núcleos de pesquisa e a preservação do patrimônio histórico do município até o momento estão em segundo plano, diante das urgências desta união entre cultura e esporte.
Como bem pontuou o cantor e compositor Gilberto Gil: “a cultura é o que dá sentido à vida de um povo; sem ela, somos apenas consumidores de histórias alheias.” Essa frase resume o risco de colocar a cultura em segundo plano numa gestão agregada.
O desafio de conciliar demandas
O esporte, por sua vez, é uma área com atribuições robustas e complexas. Promover eventos, gerenciar infraestrutura e incentivar a formação de novos atletas exige dedicação total. Para o gestor da pasta unificada, conciliar essas demandas pode se tornar uma tarefa hercúlea, resultando em prejuízo para ambas as áreas.
Conclusão
Diante do contexto atual, a separação das pastas não é apenas uma necessidade, mas uma estratégia essencial para assegurar o avanço de políticas públicas de qualidade. O município precisa reconhecer a complexidade de cada área e investir em uma gestão que promova tanto a valorização da cultura local quanto o fortalecimento do esporte.
Decisões como essa não podem ser tomadas de forma unilateral; é essencial ouvir a comunidade e os profissionais envolvidos.
A unificação é um chamado à reflexão: será que estamos retrocedendo em prol de uma suposta eficiência administrativa? Que possamos discutir, propor e construir soluções que valorizem a diversidade e a identidade do nosso povo.
Ao unir essas duas pastas, há uma sobrecarga natural para o gestor responsável, que não conseguirá atender integralmente às necessidades das áreas.
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Márcio Wesley
Jornalista | MBA em Comunicação | Licenciado em artes
Unificar Cultura e Esporte em Lauro um retrocesso nas políticas públicas?
Reviewed by Márcio Wesley
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janeiro 16, 2025
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Com certeza, ja está comprometida, nota- se a falta de interesse e conhecimento pela cultura. Pelo pouco que já demonstra esse governo ficará a desejar em muitas áreas, infelizmente. Uma total falta de interesse, respeito e conhecimento.
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