81% dos entrevistados consideram que museus são prédios históricos
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Oi Futuro com a consultoria da Cosumoteca apontou que 82% dos frequentadores de museus brasileiros integram as classes A e B. A maioria das pessoas que disseram que não frequentam museus pertence às classes C (53%). Outros 43% dos não frequentadores são da classe B
A pesquisa ouviu 600 homens e mulheres de todas as regiões do país. Não foram ouvidas pessoas das classes D e E. Metade dos entrevistados frequenta museus pelo menos uma vez ao ano. A outra metade os visita a cada dois anos, podendo ser classificada como não frequentadora habitual.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) é um museu privado sem fins lucrativos, fundado pelo empresário brasileiro Assis Chateaubriand, em 1947, tornando-se o primeiro museu moderno no país |
A partir das respostas obtidas,
os pesquisadores identificaram que quem costuma visitar museus mais de uma
vez ao ano o faz por se sentir envolvido pelas histórias contadas por
meio das exposições. Esse grupo afirma estar a par das constantes mudanças
de programação das instituições museológicas.
Já os não frequentadores, na
maioria das vezes, afirmam não ter conhecimento de que, além de acervos
permanentes, os museus costumam abrigar exposições temporárias ou mostras
temáticas que dinamizam a programação. Em parte por este desconhecimento,
tendem a considerar os equipamentos monótonos, sem novidades, e
a pensar que, uma vez visitados, não há motivos para voltar.
Museu da Gente Sergipana |
Para os coordenadores da
pesquisa, a percepção de 52% dos entrevistados de que museus são locais
monótonos (contra apenas 20% que os consideram lugares divertidos) pode ser
explicada, em parte, pelo fato de que a maioria dos brasileiros tem o primeiro
contato com estes equipamentos ao participar de visitas escolares,
principalmente a museus de História.
"A escola tem um papel
fundamental para aproximar os estudantes dos museus”, afirmou a museóloga
Bruna Cruz, coordenadora da pesquisa, destacando que 55%
dos entrevistados responderam que a primeira vez que estiveram em um
museu estavam participando de uma atividade escolar.
Lauro de Freitas é uma cidade pujante com cerca de 200 mil habitantes. Uma cultura resistente nas comunidades. Sua memória e tradições atropelada pelo progresso. Mas orgulhosamente temos uma moderna estação de metrô. Um belíssimo e grandioso shopping. Faculdades com muitos doutores formados. Dezena de atacadões, hipermercados, fábricas, farmácias, clínicas, bancos, postos de gasolina e milhares de automóveis. O comércio e serviços nos enche de orgulho. Condôminos espalhados pelos quatro cantos. Mas não temos um museu municipal...
Museu do município de Piranhas | Alagoas, cidade com 25 mil habitantes |
Renovação
“Os museus que pensam programações
familiares estão pensando no futuro. Assim como os que levam em conta
a questão da acessibilidade e da compreensão”, acrescenta a museóloga
Bruna Cruz. De acordo com a pesquisa, quase a metade (49%) dos não
frequentadores mencionou o fato de não entender o que veem, principalmente
em se tratando de exposições de artes plásticas.
“Mais de 90% dos entrevistados declararam que os programas educativos aumentam a vontade de visitar um museu. Em termos da linguagem, as melhores experiências se dão nos museus que estão partindo para promover uma maior participação do público, facilitando a compreensão [do conteúdo exposto]”, disse Bruna, assegurando que até entre frequentadores com ensino superior há quem se queixe da linguagem hermética com que muitas obras costumam ser apresentadas.
Museu Digital de Campina Grande leva visitantes a viagem virtual pela história | Foto: Artur Lira/G1 |
No circuito museográfico, a linguagem e a
acessibilidade precisam ser levadas em conta o tempo todo, pois o público vem
exigindo isso...
No circuito museográfico, a linguagem e a acessibilidade precisam ser levadas em conta o tempo todo, pois o público vem exigindo isso...
Concorrência
Dos entrevistados, 58% consideram
que os museus ainda são locais elitizados e pouco visitados. Perguntados sobre
o que gostam de ver nos museus, 52% responderam artefatos antigos, esqueletos e
ossadas. Em seguida vieram os quadros e pinturas (46%); esculturas (28%);
instalações artísticas (23%); fotografia (17%); videoarte (10%) e performances
ao vivo (8%).
Entre os frequentadores, 57%
disseram que o preço acessível é uma motivação na hora de escolher o que fazer
em momentos de lazer. Destes, 77% preferem passar parte do tempo livre no
cinema; 64% em restaurantes e 63% em parques. Os museus são a preferência de
49% dos que disseram visitá-los regularmente. Já os entrevistados que não
frequentam museus preferem sair para a casa de amigos (61%); shopping (48%) e
cinema (47%). Para estes, o fato de um lugar ser apropriado para se
fazer um programa com toda a família é fundamental na hora de escolher uma
atividade de lazer.
Ibram
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em 2019 eram 3.793 museus em funcionamento.
#laurodefreitasmuseujá!
Referência
Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-06/classes-e-b-reunem-82-dos-frequentadores-de-museus-diz-pesquisa
Publicado em 04/06/2019 - 07:00 por
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista | MBA em Comunicação
e Semiótica na linguagem artística
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