CAMAÇARI NA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
A presença de Vila de Abrantes, núcleo inicial que deu origem a Camaçari, nas lutas pela Independência da Bahia, precisa e deve ser lembrada e ampliada na história e nos festejos do 2 de Julho, nossa data maior. É com esse intuito que listo os principais fatos que comprovam a presença de Camaçari e sua gente, nascida no aldeamento, depois vila, fundada pelos jesuítas, às margens do rio Joanes, em 1558, nesse importante momento da história da Bahia.
Esperamos esse reconhecimento com a inclusão de Camaçari na passagem do Fogo Simbólico e em toda programação oficial dos festejos em 2022, quando comemoraremos os 199 anos de Independência da Bahia e os 464 anos de Camaçari
Historiador Diego Copque
Vamos embarcar na história...
> 15 de fevereiro de 1822, o general português Madeira de Melo recebe carta régia que o nomeia Comandante das Armas na Bahia causando grande insatisfação dos militares baianos.
"A primeira tensão logo proporcionou a invasão de propriedades privadas nas imediações de Itapuã e
de Santo Amaro de Ipitanga"
> 19 de fevereiro de 1822, início de um movimento na Cidade do Salvador, que reúne no Forte de São Pedro um grupo de soldados favoráveis a causa nacional que se tornou o estopim para o início das lutas pela Independência da Bahia. Esta primeira tensão logo proporcionou a invasão de propriedades privadas nas imediações de Itapuã e de Santo Amaro de Ipitanga, onde foi promovida uma série saques e invasões em Itapuã, Vila de Abrantes, Arembepe e Monte Gordo. Todos estes fatos estão relacionados as primeiras escaramuças geradas pelo conflito. Em Açu da Torre uma das maiores freguesias de Vila de Abrantes foi estabelecido o primeiro Quartel General que foi denominado de Batalhão da Torre de Garcia D’Ávila. Em seguida a Feira de Capuame foi transformada em uma base de suprimentos que fora responsável pelo fornecimento de carne e sustento das tropas baianas. É importante destacar que como estratégia de guerra houve o bloqueio da Estrada Real das Boiadas que passava dentro do povoado de Camassary.
· > 29 de junho de 1822, na Vila de Cachoeira houve uma reunião com uma delegação formada por representantes das vilas de São Francisco do Conde, Santo Amaro da Purificação e Vila de Abrantes, nessa reunião foi solicitada a criação de um governo provisório militar e civil. No término da reunião foi lavrada uma ata, a qual o advogado Miguel Calmon Du Pin e Almeida, assinou o documento representando Vila de Abrantes.
7 > 7 de setembro de 1822, foi proclamada a Independência do Brasil, por D. Pedro I.
· > 17 de setembro de 1822, na Vila de Cachoeira Miguel Calmon Du
Pin e Almeida, futuro Marquês de Abrantes se apresentou com uma procuração assinada
pelos vereadores e demais autoridades de Abrantes para representar a vila na formação
do
governo provisório militar e civil.
· > 20 de fevereiro de 1823, as autoridades civis da Vila da Nova Abrantes reconhecem a autoridade e
regência de Dom Pedro de Alcântara como primeiro imperador do Brasil. A
aclamação do Príncipe Regente pelas autoridades da vila ocorreu no Paço do
Conselho Municipal antigo Colégio dos Jesuítas, demolido na década de 1940.
Após aclamação do Príncipe foi realizada uma missa e cantado um Te Deum na
Igreja do Espírito Santo pelo padre José Pereira da Fonseca.
> 2 de julho de 1823, consolidação da Independência, a Bahia foi a única província do Brasil em que houve guerra e derramamento de sangue pela causa da independência. Nesse dia as tropas baianas entraram vitoriosas na Cidade do Salvador, pela Estrada Real das Boiadas, cujo principal trecho de acesso a capital passava por Feira de Capuame e pelas povoações de Camassary e Água Comprida (Simões Filho) território em que estava sediado às propriedades do capitão João Francisco da Costa. Com a vitória das forças baianas, foi consolidada a separação política do Brasil de Portugal.
> 05 de julho de 1923, Inauguração de um trecho em Camaçari da Rodovia Bahia x Feira de Santana no bojo das comemorações do centenário da Independência da Bahia.
· > 15 de julho de 1930, inauguração de um marco
comemorativo em Camaçari referente à participação do município nas lutas da
Independência da Bahia.
Texto e pesquisa do professor Diego de Jesus Copque (diegokopke@gmail.com), pesquisador da História de Camaçari e autor do livro: "Do Joanes ao Jacuípe, uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais" - disponível em: http://camacariagora.com.br/dn.php?cod_noticia=22057
Copque detalha Camaçari na Independência da Bahia
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação
e Semiótica na linguagem artística
Nenhum comentário: