Histórias do nosso blog pode virar livro!

Minha cidade maravilhosa de povo ordeiro vive longe do que um dia fostes, vivemos o terror da poluição dos rios. Não conseguimos alimentar nossos filhos com os pescados de suas águas. A violência tomou conta de nossas ruas, as construções tiram o brilho do passado, a nossa cidade se transformou numa imensa parede de concreto vertical...

Márcio Wesley

Com o advento da pandemia e suas terríveis consequências que segue ceifando milhares de vidas, destroçando a economia, desmontando famílias, empresas, exaurindo a geração de renda e trabalho em nossas cidades. Apesar de tudo disso, precisamos enfrentar os efeitos emocionais provocados pela situação. Está difícil e no meio desta obscuridade, precisamos dar um novo significado a vida.

O jornalismo comunitário está sendo minha terapia, comecei a digitalizar antigas entrevistas e publicá-las no meu Blog, que estava praticamente desativado e a coisa foi ganhado força entre os amigos e leitores que me incentivaram a continuar escrevendo. Os atuais entrevistados estão no meio desta turbulência e atravessando todas as dificuldades do momento. As nossas conversas se dão no campo digital, onde transformamos nosso papo em entrevistas. Notei que as conversas serviam e servem de válvula de escape diante de tudo que estamos vivendo. Uma forma de falarmos de legado, projetos e sonhos.

Sou jornalista de formação, nascido e criado em Lauro de Freitas e há quase 20 anos militando no jornalismo comunitário e alternativo em nossa terrinha. Sempre com pautas voltadas para tradições, raízes e manifestações culturais. Dando vez e voz para nossos mestres e mestras expressarem suas belíssimas histórias de vida.

Ao longo deste tempo conquistamos o nosso espaço na cidade com amor, dedicação e respeitando todos os veículos de mídia existentes e profissionais de comunicação. O interessante é que cada um tem seu perfil e linha editorial, mas temos algo em comum, somos apaixonados por Lauro de Freitas. E os leitores por sua vez, segue a variedade de blogs, portais, rádios, emissoras de TV e periódicos impressos, interagindo com todos.

Neste período de pandemia fiquei cansado de ouvir e ler nas grandes mídias a sobrecarregada pauta sobre o Coronavírus. Não estou desprezando a pandemia, sei da sua terrível sina no mundo, no Brasil e aqui no município. O fato é que 24 horas por dia o mesmo assunto! Sou a favor das vacinas, da ciência, do uso das máscaras e do lockdown em momentos de crise para conter a proliferação.

Com o blog continuo escrevendo artigos, entrevistando pessoas e publicando suas histórias. No meio desta onda, surgiu um movimento incentivando a publicação de um livro-reportagem com estas entrevistas. A ideia é massa, mas não é fácil, sobretudo em relação ao investimento, estamos sonhando com essa possível realidade no futuro, quem sabe um dia encontremos algum apoiador que possa nos auxiliar neste sentido. Publicar um livro com as histórias contadas aqui em nosso blog seria interessante.

O bom disso tudo é que voltei a escrever. Antes estava dedicado ao jornalismo alternativo na LFTV, emissora de TV local, tínhamos um programa semanal chamado de “Nossa Gente”. Meses antes da pandemia começamos um novo projeto e com os convidados sendo entrevistado dentro do meu velho carro. Percorríamos as ruas da cidade conversando e conhecendo suas histórias. O programa estava dando super certo e com um patrocinador de peso engatilhado, de repente, fomos surpreendidos pela Covid-19 e tudo parou!

Programa Nossa Gente LFTV

Me restou o digital. O blog existia, no entanto, estava parado há algum tempo, eu achava que as redes sociais eram os melhores canais para compartilhar meus assuntos. Mas estava enganado, tem público e leitores que gostam de ler os nossos trabalhos. Tive que aprender as dinâmicas de um blog e compartilhar o projeto em minhas redes sociais, que estão sendo importantes ferramentas para o engajamento e o fortalecimento do blog.

Todas as publicações do blog compartilho numa rede integrada que planejei: WhatsApp, Instagram, Facebook, Linkedin e dentre outros. Nestas redes tenho a oportunidade de informar e compartilhar o que estou produzido. Posso impulsionar e com isto ampliar ainda mais o leque de leitores. Estou tento uma resposta bem interessante de amigos e leitores do mundo interagindo comigo. A internet diminui as distâncias.

Matéria publicada no Jornal Expressão

Jornalismo alternativo...

Comecei a minha vida no periódico Jornal Expressão, em 1999, um projeto ousado do amigo Pepe, aqui em Lauro de Freitas. Foi neste jornal que tive a oportunidade de aprender todo o manejo e o universo do jornalismo alternativo, foram 10 anos, uma verdadeira escola. A faculdade de jornalismo foi importante neste processo, porque pude unir a prática com a teoria. Criei assas e voei um pouco! Fui responsável em dirigir na produção de dezenas de revistas e jornais alternativos no interior da Bahia, na época em que os impressos eram fortes! Depois migrei para consultoria na área da comunicação governamental em paralelo com a produção cultural enraizada nos valores comunitários das cidades por onde passei, inclusive fazendo questão de levar comigo mestres e mestras de Lauro para realizarem oficinas culturais de teatro, dança e música. A nossa cidade é rica culturalmente, um celeiro de grandes artistas. A minha missão é dar luz para o nosso povo! A arte salva vidas, alegra e desperta o senso crítico.

Preservar nossas tradições

Um novo tempo...

Estou casado com uma companheira maravilhosa, dois filhos, meus amores! Mas continuamos na luta, sempre pensando em projetos e realizando na medida do possível. O Brasil vive um período difícil, parece que a vida está pelo avesso: desemprego, fome, inflação, violência, avanço da desigualdade social e a Covid-19 mantando o nosso povo. Sei que precisamos ter esperança e fé de que dias melhores estão por vir, afinal, sem a expectativa de bons tempos, iremos sucumbir espiritualmente. “A fé remove montanhas”. O blog está mantendo uma rotina semanal na produção de textos exclusivos. Estou tendo a oportunidade de compartilhar histórias, pensamentos e a arte como mudança social. Viva a nossa gente!