Top Ad unit 728 × 90

 


Últimas notícias

recent

Desequilíbrio social torna o crime atrativo!




Mais arte, menos armas




Mais investimentos, menos violência!

 


A realidade é angustiante, o país vive longe do equilíbrio social, situação que vivemos há anos. As comunidades continuam convivendo com a precariedade e a ineficiência das políticas públicas, os problemas são muitos, mas, planejar e colocar em prática projetos que possam diminuir os impactos negativos são necessários. E tudo que possa ser feito neste sentido é sempre bem-vindo. Semana passada conversei com um amigo pelo WhatsApp e ele desabafou, "estou cansado de pedir apoio, de mostrar que vale investir em projetos culturais, esportivos e educacionais nas comunidades. Cansado de ouvir promessas de todos os lados e nada de significativo ser feito para diminuir a sedução da criminalidade", confidenciou. Infelizmente esta é uma triste realidade brasileira! 


O que não falta são pessoas fazendo o possível e o impossível para manter a nossa juventude integrada no processo cultural e esportivo, como verdadeiras "armas" de proteção contra a desigualdade e a precariedade de políticas públicas. Essas lideranças são os nossos guerreiros que lutam diariamente por dias melhores, com projetos que vem mudando pontualmente a vida de muita gente.                  

 




Em 2016 a foto viralizou na internet, tirada na favela do Turano, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Publicada em uma rede social pelo projeto Favelagrafia, mostrando cinco jovens com rostos tapados, segurando instrumentos musicais como se fossem armas. "Alguns lutam com outras armas".


 

Nós brasileiros sabemos que precisamos de mais dignidade, estamos cansados das promessas e da ineficiência dos poderes. Como bem diz a música "Podres Poderes", do cantor e compositor Caetano Veloso, lançada em 1984:

 

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais...



Podres Poderes é uma canção de protesto não apenas contra a ditadura, mas também contra a corrupção e o descaso das classes governantes e a conivência de parte da sociedade brasileira. É uma canção que grita pedindo por mudança. Infelizmente, até hoje, vivemos sobre o poder das organizações perigosas que tomaram as nossas ruas, becos, vielas e a sociedade de modo geral. As organizações estão impregnadas no topo da pirâmide, mantendo muitas vezes a "integridade" institucional. Entretanto, em áreas de vulnerabilidade social a situação é preocupante com crianças e adolescentes aliciadas pelo crime. Ao invés de um caderno, livros, brinquedos e ou instrumentos musicais. Muitos exibem orgulhosamente armas de fogo. Isto acontece há anos, nada muda e lamentavelmente parece que não mudará. Para a gente aqui em baixo da pirâmide, nos cabe conviver e tentar redirecionar o rumo desta história, mas sem apoio, tudo fica extremamente difícil.         



 

Guerra social



Guerra social


Enfrentamos grandes problemas em relação à violência. Ela se manifesta diariamente, seja por aspectos relacionados à criminalidade, seja por questões étnico-culturais e a grupos minoritários. Um país que possui uma grande desigualdade social e uma distribuição de renda incrivelmente desigual que se perpetua historicamente, acaba por fornecer as condições para que atos violentos ocorram todos os dias, especialmente frente à ineficiência de um Estado fraco e corrupto. Esse quadro de violência que assola o Brasil fica melhor exemplificado a partir dos dados do Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2016, o país alcançou a marca histórica de 62.517 homicídios, segundo informações do Ministério da Saúde (MS). Isso equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes, que corresponde a 30 vezes a taxa da Europa. Apenas nos últimos dez anos, 553 mil pessoas perderam suas vidas devido à violência intencional.  

 





Para conhecer um pouco melhor a violência que existe na realidade brasileira, devemos analisar os fatores que costumam causá-la, como os socioculturais, institucionais e o tráfico de drogas. Os fatores socioeconômicos mais graves que se relacionam com a violência são a pobreza e a fome. Em alguns casos, os crimes são cometidos em virtude da precariedade e da necessidade de grupos sociais periféricos e excluídos das possibilidades de emprego e trabalho.



     

Atualmente a cada 10 famílias em nosso país, seis estão passando por uma situação de insegurança alimentar diariamente, chegando a 125 milhões de pessoas vivendo com este problema social.


 

Ao analisar essas questões socioeconômicas, Chesnais (1999, p. 55) destaca que “[...] o desemprego ou a ausência de renda levam à tentação da ilegalidade, visto ser fácil, por vezes, conseguir ganhos astronômicos à margem da lei [...]”. A desigualdade econômica percebida na falta de empregos formais, com carteira assinada, ou mesmo de trabalhos a serem executados pelos mais pobres, contribui para que grupos do crime organizado recrutem seus membros com facilidade. Para verificar essa relação entre a pobreza e a violência, basta observarmos a pesquisa do Atlas da Violência 2018, que aponta os estados do Norte e Nordeste com taxa de crescimento da violência superior a 80% no período analisado.  

 





É sabido que muitos estados das regiões Norte e Nordeste apresentam um quadro histórico de pobreza e desigualdade social, o que amplia as ações criminosas e a violência de toda ordem. É evidente a urgência e a importância que se repensem e se reestruturem as formas como a reinserção social tem sido proposta no nosso país. 


Precisamos de bons gestores e políticos capacitados  desempenhando suas atividades dentro das suas áreas de formação ou de experiência. Só aqui no Brasil é que vemos em quase todas as esferas do Executivo, políticos de carreira "profissionais extremamente capacitados" que num dia assume a cultura, no outro educação e de repente pronto para dirigir à saúde. Enquanto não moralizarmos as competências no cenário público, não alcançaremos as políticas necessárias em nossas cidades. Passamos anos nos capacitando em nossas áreas e adquirindo experiência. Mas na politica é diferente, muitos se tornam "especialistas e gestores" da noite para o dia.    





Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação 
e Semiótica na linguagem artística




Referências 

AMADEO, Edward. A evolução recente da oferta de trabalho e do emprego no Brasil. Notas sobre mercado de trabalho, Brasília, n. 1, jul. 1998.

MOREIRA, Marli. Estados perdem competitividade por causa de violência, aponta pesquisa. Agência Brasil.  Disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-09/estados-perdem-competitividadepor-causa-de-violencia-aponta-pesquisa>

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da violência 2018. Organizadores: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 


Desequilíbrio social torna o crime atrativo! Reviewed by Márcio Wesley on junho 15, 2021 Rating: 5

Nenhum comentário:

Todos os direitos reservados Blog do Márcio Wesley © 2021
Desenvolvido por Agencia 16

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Tecnologia do Blogger.