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Década de 80 foi uma onda cheia de novidades

Radiola

                  Até hoje tenho uma antiga 3 em 1  



    

   
A década de 1980 remete a minha infância e juventude em Lauro de Freitas, que foi bem interessante. A natureza presente e viva na minha memória com árvores, passarinhos e o rio Ipitanga, que lutava para sobreviver. O rio passava no fundo de nossa casa, praticamente fazendo parte do quintal. Sempre observava as mulheres lavando roupas de ganho nas águas vermelhas. Inacreditável constatarmos que de todas as espécies, o ser humano é a pior, a menos evoluída nas questões ambientais.

Estamos em 2021 e só perdemos matas e nascentes. Soterramos, degradamos, matamos e continuamos a poluir. Juro que nos anos 80 eu achava que nos dias atuais estaríamos evoluídos com menos desigualdade, fome, doenças e poluição. Me enganei! 


Foi uma década dura de inflação desenfreada. O Brasil ficou atrás de 82% dos países do mundo no crescimento da renda per capita nesse período. Do ponto de vista econômico, o modelo de industrialização adotado era praticamente o mesmo da década de 1930. Os anos de 1980 foi sem crescimento substancial do PIB. As políticas econômicas eram do tipo ortodoxas, cortando os custos do governo e aumentando a arrecadação. 



Inflação da década de 1980



Lembro de ir ao mercado com meu pai e ver de perto a falta de mercadorias nas gôndolas e o racionamento de alimentos. Teve um período que só podíamos comprar um quilo de feijão e um pacote de leite por pessoa. As coisas aumentavam todos os dias. Tempos difíceis! Os anos de 1980 ficou conhecido como a década perdida do ponto de vista econômico, do crescimento e do desenvolvimento, terminando numa assustadora hiperinflação.    

Dentro do contexto político o que marcou a nossa geração foi o movimento de cunho popular das 'Diretas Já', que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República no Brasil.  



    Movimento das Diretas Já



A ditadura militar brasileira foi o regime instaurado em 1 de abril de 1964, durando até 15 de março de 1985. A volta da democracia possibilitou a reorganização do movimento social e político até os dias atuais. E aqui em Lauro de Freitas, seguíamos as nossas vidas com as dificuldades postas, simplicidade e o cotidiano de uma comunidade humilde.  
  

Golzinho na rua


Antigamente todo mundo se conhecia e os vizinhos se davam muito bem, as ruas eram o nosso playground. Não existia asfalto, adorava os paralelepípedos, acho charmosos. Durante a noite era comum jogarmos bola na rua (golzinho) com os amigos, brincar de polícia e ladrão, corre-corre, esconde-esconde e outras tantas brincadeiras. 

 

  


Carnaval

 

           Banda Transacor 


Os carnavais no final da década de 1980 foram mágicos, onde começou o meu despertar musical e o sonho de poder tocar um instrumento. A música sempre mexeu com a minha alma, sobretudo quando eu tinha a oportunidade de ver ao vivo artistas e suas bandas. As praças Martiniano Maia e da Matriz eram repletas de barracas enfeitadas com palhas de coqueiro e cada uma oferecia seu cardápio (sarapatel, xinxim de galinha, feijoada, churrasquinho, carne de sol, mocotó, caldos de sururu, camarão e muito mais). As famílias se reuniam para curtir o carnaval sem medo.    




Comidas típicas da Bahia
      Adoro Sarapatel 


Era um carnaval de rua com centenas de pessoas dançando atrás dos trios elétricos, que percorriam o centro da cidade ao som do frevo, da guitarra baiana e dos primeiros sucessos do axé com a nossa lendária banda Transacor que nos presenteava com um repertório recheado de hits que estavam no auge através das bandas Mel, Reflexu’s, Olodum, Luiz Caldas, Daniela Mercury, Sarajane, Chiclete com Banana, Cheiro de Amor, Papa-léguas, Furtar Cor e outros grandes artistas e grupos.



 


Confesso que tinha um medo da zorra dos destemidos laçadores e das caretas. Os famosos mascarados com cipós e vestidos de macacões correndo atrás da gente pelas ruas, era emocionante, risos...

  

Lá e Cá "Nordescópia"
Na Bahia existe Etiópia
Pro Nordeste o país vira as costas
E lá vou eu

Moçambique, hei
Por minuto um homem vai morrer
Sem ter pão nem água pra beber
E lá vou eu

 


                     E lá vou eu – Banda Mel

 

 




 Festejos juninos

 



 

No São João os moradores faziam fogueiras na porta de suas casas e as mesas eram recheadas com comidas típicas (amendoim, laranja, milho, canjica, bolo de milho e licor de jenipapo), tudo muito simples, mas gostoso demais, era uma zoeira danada. Os moradores enfeitavam as ruas com bandeirolas e nos rádios, fitas cassetes e nas radiolas o forró rolava ao som de Luiz Gonzaga; Dominguinhos; Marinês; Sandro Becker; Genival Lacerda e Clemilda. Quanta saudade!  



A todo mundo eu dou psiu 
Perguntando por meu bem 
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá, vem cá também 

Tu que anda pelo mundo 
Tu que tanto já voou 
Tu que fala aos passarinhos 
Alivia minha dor

 

              Sabiá - Luiz Gonzaga






Rock nacional

 


                 Geração Walkman


Éramos jovens é vivemos a era de ouro do rock nacional, cercado por grandes artistas. Os programas de rádio e os Lps a nossa porta de entrada para as novidades produzidas por Raul, Cazuza; Legião; Barão Vermelho; Heróis da Resistência; Titãs; Paralamas; Ira; Camisa de Vênus; Engenheiros; Nenhum de Nós; Plebe Rude; Ultraje a Rigor e muito mais.

  

 

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

 

         Que País é esse – Legião  

 

 

  



Gincanas


    Estou em cima da caminhonete vestido de surfista 
completando uma tarefa pela equipe Ekibombão

                       



As famosas gincanas mexiam com a massa jovem, suas tarefas desenfreavam um corre-corre frenético para cumprir tudo no tempo determinado. As equipes mais famosas eram a Xiloló, com o maior número de vitórias e componentes. Omegamu, Ekibombão e dentre outras que não me recordo. Existiam ainda as gincanas de Itinga e Portão. No centro, tudo era organizado por Adilson Borges. A gincana mirim  voltada para a criançada, era produzida por Sinaldo Pereira. Até hoje na estante da casa de meus pais ficam expostos alguns troféus que ganhamos com a equipe ‘Nova Esperança’, que representava a nossa rua Romualdo de Brito.


    

  


Religião






Foi na igreja católica que passei parte da minha juventude envolvido com arte e devoção. No grupo de jovens comecei a desenvolver e participar de projetos musicais e em produções de festivais multiculturais religiosos. O reflexo desse movimento foi importante para formação intelectual, cultural e religiosa de muita gente. Até hoje organizo festivais em nossa cidade.


 


A praça é nossa...



               Antiga fonte luminosa de pedra 



Ficávamos sempre na Praça da Matriz, próximo a Fonte Luminosa que foi destruída pela Prefeitura no começo dos anos 2000, para a construção da atual praça. Acabaram com um marco histórico, um importante símbolo para minha geração. No final da década de 1980 e comecinho dos anos 90, juntávamos a galera com violão embalado pelos hits da MPB. O repertório era bem diversificado: Belchior; Alceu Valença; Geraldo Azevedo; Marisa Monte; Caetano; Gil; Fagner; Elis; Lulu e dentre outros.   


Vocês que fazem parte dessa massa

Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber

Ê, ô, ô, vida de gado 
Povo marcado, ê!
Povo feliz!

          

       Admirável Gado Novo - Zé Ramalho

 



Jornalismo



 

Paralelo a tudo isso, entrou na minha vida o jornalismo. Eu sempre curtia as pautas culturais relacionadas a minha terra natal. Meu primeiro encontro foi lendo os jornais produzidos pelo mestre Gildásio Freitas, que entrevistava pessoas do município e publicava nestes periódicos. A partir daí fiquei inspirado e sigo nesta produção até hoje. 





Momento nostalgia  



          Em 1985 o primeiro Rock in Rio 

        


A moda era chamativa com lycra, cores fosforescentes, enormes bijuterias, acessórios para o cabelo, pochete e regata.  


- Eram pouquíssimos canais na TV e os programas deixavam a desejar no quesito tecnológico.  


- Os aparelhos de videocassete permitiam gravar, retroceder, avançar, ver e rever filmes, clipes e outros programas. 


- Os celulares não existiam! As pessoas viviam sem se preocupar em atualizar status, postar fotos, conferir os feeds. Aliás, as fotos só eram vistas depois de reveladas. 


Em 1983, os pesquisadores Luc Montagnier e Robert Gallo identificaram o vírus da AIDS.



 Fevereiro de 1986 foi um alvoroço mundial a passagem do cometa Halley.


 Em 9 de novembro de 1989, assistimos a queda do Muro de Berlim. 


- O universo pop ganhou assas. 

Junho de 1982, estreia nos cinemas o filme "E.T, o Extra Terrestre".


Xou da Xuxa programa infantil lançado em junho de 1986. 


- Programa Silvio Santos grande sucesso na TV brasileira.  



  


Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação 
e Semiótica na linguagem artística




Referência 

https://www.amctv.com.br/blog/5-coisas-que-nos-fazem-sentir-saudades-da-decada-de-80

https://www.suapesquisa.com/musicacultura/anos_80.htm



Década de 80 foi uma onda cheia de novidades Reviewed by Márcio Wesley on junho 22, 2021 Rating: 5

2 comentários:

  1. Muito bacana a retrospectiva. Nostálgica e revigorante. Destaco a destruição da fonte... o poder não tem qualquer compromisso com a manutenção de valores culturais...


    Parabéns!!!

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  2. Obrigado.... Concordo, destruíram a nossa fonte...

    ResponderExcluir

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