Isahias Sampaio: "o primeiro da cidade a ter música estourada no Brasil"
Minha prosa é com
um amigo de infância, o cantor e compositor Isahias Sampaio, 48 anos, casado e
dois filhos. Graduado em Gestão Comercial e um grande apaixonado pela cultura
Ipitanguense. “Sou nascido e muito
bem criado por meus pais, Seu Carlos do Armarinho e Dona Inêz, aqui em Lauro de
Freitas”, falar da família e de sua terra é sempre um prazer para o nosso
cantor. “Só tenho boas lembranças”, recorda com alegria. “Eu adorava brincar na Praça da Matriz. Tomei
alguns choques na nossa linda fonte luminosa, que era ponto de encontro da
galera. Pegava o baba e depois comia jamelão até ficar com a língua cor de
violeta, risos”, lembra.
Isahias me fez voltar ao tempo, eu também fazia parte desta galera. “Era muito bom tocar violão e marcar encontros na Flor da praça. Curtir o som da rádio de poste LBM e ouvir o Programa Toque de Amor. Fazer resenhas no Pé do Oití, se divertir com os sucessos da discoteca de plástico de Vando e depois descermos para o Clube do Rato”, nostalgia de um passado encantador. O fato é que tivemos uma juventude muito legal, com diversidade e sem medo das ruas, afinal, a nossa cidade era pacata e conhecíamos todo mundo. Lauro era um paraíso a céu aberto! Enfim, com vocês o nosso querido Isahias Sampaio.
A música pediu licença...
Iniciei minha carreira musical no ano de 1985, aos 12 anos de idade,
como músico e auxiliar de instrutor de bandas marciais nos Colégios Américo
Simas e Cenecista Ipitanga, tendo como mentor musical o grande maestro
Marcelino. Mas foi em 1988 que comecei a cantar e organizar eventos. Me
apresentei em projetos maravilhosos como o Movimento Cultural Troféu Puã em
1990 e o Fazcultura (1997), em parceria com o Governo do Estado da Bahia e a Prefeitura
de Salvador.
A importância da arte...
Meu
irmão Marcinho, para mim fazer música é como respirar! Vou te dizer, a música é
um instrumento de inclusão que compartilha diversidade, cores, gêneros e tribos.
A cultura de modo geral, consegue criar beleza com dissonâncias, contrapontos e
distorções. Não consigo imaginar a humanidade sem arte, sobretudo agora nesta
pandemia.
Graças a Deus e aos amigos tenho alguns projetos realizados e outros a
serem concretizados. Nunca paro de sonhar e de planejar, isto faz parte da
essência de quem faz cultura. Participei de muitos movimentos de resgate da
tradição cultural de nosso povo. Sou puxador de blocos de carnaval e junino como Arrasta Jegue;
Cangaceiros de Ipitanga; Chapéu & Gravata; Bloco Água Dura, onde participo há 20 anos; Quem
Guenta; Bloco Jeepé e o Bloco Xyloló, no qual sou fundador. Vale salientar que
estes blocos conseguiram resgatar o carnaval do nosso município. Também sou um
dos fundadores e membro de entidades importantes, tais como a Associação carnavalesca
e cultural de Lauro de Freitas e a Associação dos Músicos de Lauro de
Freitas. Também colaborei com a equipe de idealizadores de duas lavagens
pitorescas em nossa cidade, Lavagem do Bar do Ivan e a Lavagem do Pé do Oití.
Short e saia..
Tive a honra de fazer parte de uma das mais famosas bandas de pagode da
Bahia, o Grupo Raça Branca, que anos depois adotou o nome de Rekebrança, que teve
o seu maior sucesso “A moda do short e saia”, gravada no Stúdio WR, entre os
anos de 1993 e 1994. Inclusive o trabalho foi supervisionado pelo nosso saudoso
Wesley Rangel, proprietário da grande gravadora. A música tornou-se a primeira
de um artista de Lauro executada nas principais emissoras de rádio do Brasil,
sendo incluída na coletânea Salvador Mania de Pagode - Volume II, faixa 06.
Recentemente gravei um CD de forró, homenageando a árvore símbolo da nossa gente,
o Pé de Oití, com a música “Blog dos fofoqueiros”, porque fofoqueiro de
verdade senta no Pé do Oití,
risos..
Associação dos
músicos....
Partiu de um a
bate-papo entre alguns amigos músicos, vimos a importância da criação de uma
associação que nos representasse, era um sonho antigo da nossa classe. Então, fizemos inicialmente duas reuniões no
ano de 2004, uma na minha residência e outra no antigo espaço de shows Delirium. Dessas reuniões iniciais foi
criada uma comissão de prováveis diretores da entidade, entre idas e vindas,
consolidamos este sonho que está devidamente registrado em cartório desde 2008. Fizemos um evento de lançamento na Casa do Trabalhador com a presença de políticos,
autoridades municipais, artistas e lideranças comunitárias.
Lutas...
Elas continuam e
os desafios também, foram várias funções e cargos dentro da associação, fui presidente,
vice-presidente e diretor cultural. Atualmente faço parte do quadro da
diretoria como conselheiro. Estamos neste período fazendo uma ação de
atualização de filiados (antigos e novos) da entidade com isenção da anuidade,
devido aos tempos sombrios desta pandemia. Quem quiser fazer parte do nosso
time é só dar um alô através das nossas redes sociais ou pelo WhatsApp (71)
99301-5585.
Durante a pandemia...
O mundo vive um
período que requer novas perspectivas e posicionamentos em todas as áreas,
sejam elas em âmbito pessoal ou profissional. No universo artístico não é
diferente irmão. Produtores culturais, músicos, ou seja, a classe artística de
modo geral está sofrendo muito, entretanto, é necessário se reinventar, não
temos outro caminho. Então, eu procuro atualizar o repertório e escrever novas
composições. Inclusive vem novidades por aí viu? Temos que usar as plataformas
digitais para nos apresentarmos e levar um pouco de alegria para nossa gente.
Estamos fazendo lives em prol de instituições carentes e filantrópicas como
ACCABEM (um abrigo para idosos
deficientes físicos) e arrecadações
de cestas básicas.
Seu sonho?
É poder dar
continuidade a vários projetos, em especial, um que iniciamos há pouco mais de dois
anos, “Us Sampayus”. Grupo musical criado no seio da nossa família, entre eu e
os meus dois filhos. E por causa da pandemia, tivemos que parar as
apresentações presenciais, mas com a graça de Deus, iremos voltar com força
total.
Tristeza?
Essa pandemia por
si é uma tristeza né irmão? Mas também veio para mostrar que podemos nos tornar
seres humanos melhores, mais amáveis e mais sociáveis.
Esperança?
Esperança que tudo
se normalize, que essa vacina possa alcançar toda a humanidade e que possamos
voltar as atividades cotidianas, levando a alegria da nossa música para todos.
Considerações
finais...
Deixo aqui os meus sinceros agradecimentos aos nossos amigos, a minha esposa e parceira de vida Nívia Cristina, a minha família e a todos os nossos fãs. Espero brevemente poder encontrar vocês para que possamos dançar, cantar, brincar, se abraçar e confraternizar com boa música! Se cuidem a pandemia não está de brincadeira, usem máscaras. Se cada um fizer a sua parte a vitória é certa. E que venha vacina para todos!
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação
e Semiótica na linguagem artística |
Parabéns, Izaías!!!...Por sua grande e brilhante trajetória profissional e familiar que você vem construindo a cada dia!!!...E por esse grandioso feito musical...Sou sua fã!!!
ResponderExcluirGratidão sempre á todos os Fãs, Família e Amigos❤️Deus é tremendo 🙏
ResponderExcluirObrigado minha amiga querida 💖 D.Socorro❣️
ResponderExcluirSuspeita pra falar pois eu e minha família tivemos o prazer de cruzar os caminhos desde o segundo grau jeovan o admira como um ser humano iluminado e eu tive a hora de trabalhar com vc que por muito tempo alegrou e deixou leve esses dias de luta e ainda hoje falar de vc é gratificante pelo homem honrado que es e pela família inspiradora que possui um amor imensurável que Deus te abençoe sempre!!!!!
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