Cultura, novos rumos e desafios...

 O samba de roda é transmitido de geração a geração

Vivemos em mundo composto por inúmeras sociedades e cada uma age de maneira específica, ainda que não se possa conhecer a fundo todas as sociedades, no entanto, saber da existência de culturas diferentes nos leva a uma compreensão de mundo mais plural e diverso. Entretanto para compreendermos o outro, precisamos compreender quem somos e de onde viemos. As pessoas nascem imersas numa cultura e a partir dela conhecem o mundo ao seu redor.  Aqui em Lauro de Freitas temos dificuldade com está realidade sobretudo com os milhares de novos moradores oriundos de outras cidades, mas que escolheram Lauro de Freitas para residir. Pessoas que não conhecem as nossas raízes e não convivem com as nossas tradições e movimentos culturais. Grande percentual desses novos moradores não vivem a nossa cultura e por mais que tentem falta algo essencial: pertencimento, e isso não se adquiri da noite para o dia. Nos esbarramos ainda com a falta de equipamentos primordiais neste sentido, como museu e um moderno centro cultural para atender as demandas multiculturais dos nossos artistas, produtores e a população.    

 

    Capoeira Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

O que pensam os fazedores de arte  

 

Há anos venho entrevistando e conversando com artistas e produtores culturais de nossa cidade, entre a classe é unânime que a cultura precisa ser levada com mais seriedade e menos politização partidária. O desejo de todos é que os gestores da cultura sejam pessoais com vivências enraizadas nos movimentos artísticos do município. A maioria das cidades que eu conheço os gestores possuem a chancela e o reconhecimento dos fazedores de arte da localidade. Desde que me entendo como gente que aqui em Lauro de Freitas os partidos decidem os rumos de quem deve gerir a pasta com indicações de pessoas do âmbito político. Muita gente sem habilidade, experiência e fora do nosso núcleo cultural. Em países e lugares com o nível de sensatez aguçado este assunto nunca seria pautado.

    Nosso sonho é um museu e um centro cultural 

É até antagônico levantarmos este tópico, que sugeri aos governantes coerência para escolherem seus secretários, diretores, superintendentes e dentre outros com sensatez. É unânime este assunto entre os artistas que há décadas reclamam e sugerem que os gestores da cultura sejam pessoas com experiência e referenciados pela classe cultural. Vamos deixar claro que não é por falta gente capacitada, pois, temos pessoas qualificadas neste sentido, afinal, somos uma cidade multicultural com artistas e produtores de diversas linguagens, diplomados e comprometidos com à nossa comunidade. É preciso ter coragem para mudar está concepção e fazer valer a vontade da nossa gente e não os anseios dos políticos partidários. Afinal, ouvir o povo é um ato político! Estamos em um novo momento e as velhas práticas precisam evoluir, é inconcebível nos dias atuais que as escolhas para cargos de gestão ainda sejam feitas ao bel-prazer dos dirigentes partidários, que indicam seus pares sem a meritocracia necessária e sem atender os anseios da população e suas classes.  

 

Para que arte em tempo de pandemia? 

Cultura é a nossa maior riqueza

Por meio dessas questões é possível acessar a riqueza plural que fizeram e fazem parte do nosso cotidiano, são homens e mulheres que construíram e constroem com seus trabalhos o modo de vida da nossa gente. É preciso planejar e executar uma estrutura para manter viva e difundir entre as novas gerações e os moradores a nossa cultura. Ao conviver com pessoas da arte aprendemos práticas sociais relevantes e motivações pertinentes para manter vivo as nossas tradições, memória, expressões e práticas culturais.  

     Associação dos músicos de Lauro pede auxílio emergencial para classe 

Sabemos que as pessoas participam de diferentes modos dentro do amplo leque da cultura, cada um assume uma posição na comunidade em que vive e acessa determinados elementos vinculados a tal posição. A cultura é dinâmica e nunca será estática, um exemplo disso é o convívio da arte no meio da pandemia com os artistas se reinventando para manterem seus trabalhos, renda e suas produções no campo digital com espetáculos para todos gostos e público. A categoria está aflita com a ausência de projetos, 'Fique em casa e produza arte', é o lema que nós queremos ouvir neste momento tão difícil. Até agora nada foi desenvolvido para auxiliar a classe que está impossibilitada de trabalhar, sem amparo e perspectivas.  

 
Arte-educadores e a diversidade cultural

 

Não é possível sobrepor uma cultura a outra é necessário compreender que o outro não é nem melhor nem pior, apenas diferente. Assim, como ensina Cuche (2002), você não deve comparar culturas para não deixar de perceber a riqueza das manifestações culturais singulares de cada um, devemos considerar como uma das principais ideias dos estudos culturais o conceito de diversidade cultural. Esse conceito deve ser difundido plenamente nas instituições de educação sobretudo agora durante a pandemia, onde as escolas estão utilizando a internet para continuarem a jornada educacional. 

       A arte dá sentido à vida e os arte-educadores o papel transformador    

Os arte-educadores devem estar alinhados nesta cena digital como membros da sociedade que exercitam a pluralidade cultural no âmbito escolar. A diversidade cultural é a riqueza da humanidade e para cumprir sua tarefa humanista a gestão educacional precisa mostrar aos alunos a pluralidade cultural existente. Por isso, a escola é o ponto de partida desse intercâmbio. A escola é um espaço para curiosidade em busca do diálogo e da experiência com as mais diversas manifestações culturais existentes em nossa cidade. Se as aulas estão suspensas, as redes sociais estão em pleno vapor para o compartilhamento de arte entre os estudantes e os nossos arte-educadores.   

 Márcio Wesley | DRT/BA 5469

 Jornalista | MBA em Comunicação 

 e Semiótica na linguagem artística,  

 Licenciando em História

www.blogdomarciowesley.com.br