Eric Almeida: "Portugal tem mais espaços para músicos"
Por Márcio Wesley
Meu papo é com o saxofonista Eric de Almeida, 36 anos, um ilustre representante da comunidade do Caji, “moro em Lauro de Feitas desde que me entendo como gente”, fala com orgulho o nosso Eric, que depois de fazer um intercâmbio de dois anos em Lisboa, está arrumando a mochila para retornar a nossa terrinha no início de abril. Conheci Eric durante uma entrevista que fui fazer em um projeto musical maravilhoso, liderado pelo o querido maestro Clécio Ventura. Me lembro de pedi a Clécio para entrevistar um aluno, “Márcio vou te apresentar um menino danado no sax. Se ele continuar estudando terá um futuro brilhante”, revelou o maestro. Era um garoto magrinho com óculos de grau, tímido e segurando uma sax quase do tamanho dele. Clécio disse, “esse é Eric, ele tem 15 anos e já está tocando”....
Contato com a música...
- Sou oriundo de
uma família bem musical, mas comecei meus estudos musicais nas Aldeias Infantis
S.O.S Brasil, sob os cuidados do maestro Clécio Ventura. O meu namoro com o sax
começou cedo, aos 13 anos, quando vi pela primeira vez Milton Guedes tocando com
Lulu Santos.
Artistas e projetos...
- Trabalhei com
muita gente no cenário da música baiana: Saulo; Eva; Jammil; Netinho; Araketu e
dentre outros. Tive o prazer de gravar com Harmonia, Psirico, Chiclete; Cheiro
de Amor e outros grandes artistas. Toquei também com Guilherme Arantes e Ganhadeiras
de Itapuã. Conheci muita gente boa! No cenário internacional, gravei e toquei
com Gil Semedo (Cabo Verde); Jesse Monroe (UK) e Mistah Isaac (Angola). Atualmente
toco com Yuri da Cunha e venho divulgando meu novo disco, Brazilian Jazz
Project, que está em todas as plataformas.
Música instrumental...
- Foi através do
chorinho, que o maestro Clécio me apresentou. Depois disso, fui em busca de
Ivanildo Sax de Ouro até Coltrane. Lembro que meu tio Lalo, grande batera,
sempre me mostrava discos maravilhosos, inclusive, ele que me presenteou com um
álbum do saxofonista David Sanborn.
Portugal...
- Moro há pouco mais de dois anos aqui em Portugal e a cena musical é bem legal. Aqui há muitos mais festivais e são na sua maioria repletos de grandes e pequenos grupos de estilos diversos. Aqui há espaço para vários tipos de som e nunca toquei tanto jazz e bossa na minha vida. Não sei se é uma questão isolada de políticas públicas, mas aqui existem mais espaços para músicos "não famosos".
Durante a pandemia...
- Aproveitei para
compor e finalizar meu disco e tenho estudado mais meu saxofone. E durante a
noite curtindo séries, filmes e um bom vinho português.
Saudades...
- Da família,
amigos e do acarajé.
Considerações finais...
- Obrigado pelo convite e não esqueço da primeira entrevista que você fez comigo, eu tinha 15 anos na época. Gostaria de falar que meu disco está disponível em todas as plataformas (https://soundcloud.com/sax_eric) e quem quiser saber mais sobre o meu trabalho e só dá uma chegada nas minhas redes sociais, lá tem tudo e sempre respondo a todos.
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
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