Antônio Bandeira, médico e pesquisador: “essa cidade tem um pedaço do paraíso”
Por Márcio Wesley
O papo virtual de hoje é com um amigo que conheci há alguns
anos, Dr. Antônio Bandeira, médico infectologista e pesquisador, 58 anos,
casado, pai de três filhos e há 22 anos morando em Vilas. “Escolhi essa cidade
porque aqui existe um pedaço do paraíso chamado "Vilas do Atlântico”, explica
o médico apaixonado pela natureza, vida saudável, música e mar. Em 2016
fui entrevistá-lo, na ocasião estava acontecendo um surto de crianças nascendo com microcefalia no Brasil e aqui no município, onde ele
estava montando um grupo de pesquisa para estudar os casos. E assim que
terminamos a entrevista escutei baixinho uma música tocando na sala
que estávamos, “Incompatibilidade de gênios” de João Bosco e do saudoso
compositor e escritor Aldir Blanc, que faleceu ano passado de Covid-19. Lembro
que comecei a cantarolar baixinho, “dotô jogava o Flamengo e eu queria escutar,
chegou, mudou de estação e começou a cantar”... Bandeira sorriu e comentou, “a música brasileira é riquíssima”, eu respondi, “adoro a
nossa música”. Daí em diante descobrimos que tínhamos algo em comum, ele adorava tocar piano e eu bateria. Depois disso estreitamos a amizade e sempre que podia marcava presença com a família para assistir o show do quarteto de música instrumental que faço parte, Bago de Jazz.
Adoro música...
Aprendi a tocar piano quando
tinha 11 anos de idade, fico muito feliz e realizado ao sentar em frente ao meu
piano e quando começo a tocar. A música é um presente de Deus! A música acalma
e acalenta a alma. A música nos faz viajar por mundos maravilhosos que só quem
toca e ama a música pode sentir.
Onde o senhor nasceu e sua inspiração?
Nasci na cidade do Rio de Janeiro.
Minha inspiração foi o meu pai, Carlos Hamilton Bandeira, pediatra e um
apaixonado por sua profissão.
Principais pesquisas...
Tenho trabalhado com pesquisas desde
meu terceiro ano de Medicina. Em 2006 descobrimos eu e o professor Gúbio da UFBA,
um surto de norovírus na cidade de Salvador. Neste mesmo ano, controlei um
surto de acinetobacter multirresistente em dois grandes hospitais privados aqui
na Bahia. Em 2015 novamente eu e professor Gúbio descobrimos em Camaçari
a causa daquela doença que parecia Dengue e pela primeira vez documentamos
a circulação do vírus Zika no continente americano. No ano seguinte
identifiquei a Síndrome de Haff (a doença do peixe) que voltou a aparecer esse
ano. E desde o ano passado venho trabalhando com pesquisas sobre a COVID-19.
As grandes pandemias marcaram a história da humanidade, o senhor imaginava que um dia estaria no meio de uma?
Nunca imaginei. Esse vírus está dando
“nó em pingo d’água”. Muitas pessoas com quadro grave, outras que não fazem
imunidade a ele mesmo após se infectarem e a velocidade de disseminação, tudo
isso tem sido bastante novo e inesperado.
Redes sociais...
Neste momento de pandemia e de isolamento social o Dr. Antônio Bandeira vem mantendo suas redes sociais como verdadeiros canais de comunicação a serviço da população. Quase que diariamente postando vídeos com conteúdos voltados exclusivamente para a Covid-19. Tirando dúvidas, compartilhando pesquisas e avanços. Esclarecendo sobre vacinas, tipos de máscaras, medicamentos, sintomas, prevenção e recomendações da OMS. E se você deseja saber mais sobre este assunto sugiro seguir o Instagram @dr.bandeira e o seu canal no Youtube Dr. Bandeira.
Considerações finais...
Gostaria de parabenizar todos nós
moradores de Lauro de Freitas que estamos batalhando duro para vencer essa
epidemia tão nefasta. Vejo com muita alegria o quanto o povo tem aderido ao uso
de máscaras, em todos os lugares que vou aqui em nossa cidade. Vamos continuar
dando esse maravilhoso exemplo. Devemos nos manter sempre em alerta até o final
da epidemia, mantendo boa alimentação e atividade física.
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
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