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Dona Aideê: A GUERREIRA DE PORTÃO

 


 

Por Márcio Wesley

 

Aidee de Portão
Dona Aideê apresentando a dança do fogo


Dona Aideê Nascimento dos Anjos, moradora do bairro de Portão, desde criança desenvolve cultura popular na sua comunidade. A líder comunitária revela que tudo que aprendeu foi herdado da sua família, principalmente do pai, já falecido, ressaltando não ser nada fácil produzir e preservar as tradições culturais do seu povo. Com mais de 100 componentes divididos em diversos grupos, Aideê produz e organiza eventos no decorrer do ano: são desfiles culturais, Festa da Cabocla ( 2 de julho), coreografias natalinas, apresentação do terno de reis, bumba-meu-boi, as burrinhas, dança afro (com o grupo Azânia), casamento na roça, além da tradicional dança do fogo, dentre outras. Nos preparativos para o Natal, d. Aideê abriu espaço para falar das dificuldades que enfrenta para manter em permanente ebulição o caldeirão cultural que lidera no bairro, um dos mais férteis em manifestações populares da região. Guerreira e de bem com a vida, ela se diz apaixonada por Lauro de Freitas, mas não esconde a vontade de realizar um dos seus sonhos: ter uma casa na Ilha de Itaparica.

 As atividades culturais desenvolvidas pela senhora conta com algum tipo de apoio? 

Não tenho apoio financeiro de ninguém. Em primeiro lugar amo o que faço e tenho prazer em trabalhar no meio cultural, acho que meu destino foi traçado para fazer isso. Mas infelizmente só tenho boa vontade e a força divina que me mantém com saúde. Sem ajuda financeira tudo é mais difícil, mas, assim mesmo, vamos caminhando. Se tivesse pessoas que me ajudassem financeiramente o trabalho seria bem melhor, mas enquanto esse dia não chega, estou firme e forte, passando para as novas gerações tudo que aprendi ao longo da vida. Quero aproveitar a oportunidade para pedir as autoridades da cidade que me ajude, não com dinheiro, mas com a doação de material (tecidos) para confeccionarmos o bumba-meu-boi e as burrinhas, precisamos também de instrumentos musicais (pandeiro e timbal). Muita gente fala que se eu não correr atrás para fazer as coisas, ninguém mais fará por mim, aí eu pergunto: quando eu morrer o que vai ser da nossa cultura? É preciso mais apoio para que possamos  multiplicar com os jovens o nosso passado.

Quem influenciou a senhora no meio cultural?

Desde criança que sou 'metida' em atividades culturais, meu pai e meus avós paternos foram os responsáveis por isso. Eles organizavam o terno de reis aqui em Portão e eu fica lá com eles observando e participando de tudo. Com 15 anos eu já estava na organização o terno de reis e liderava os movimentos culturais no colégio. Ainda na juventude comecei a tomar aulas dança afro e fazer apresentações na comunidade. Cheguei a representar o município de Lauro de Freitas no Parque de Exposições da Bahia. Minha mãe queria que eu fosse professora, cheguei até a cursar o 1º ano de magistério, mas larguei. Tirei o 2º grau completo, sou formada em administração pelo antigo Colégio Ipitanga. Mas o que amo mesmo é produzir arte em minha cidade.                                         

                                                                   (Villas Magazine, edição108, 2008)


 Márcio Wesley | DRT/BA 5469

 Jornalista | MBA em Comunicação 
 e Semiótica na linguagem artística 
 Licenciatura em História (em curso) 
Dona Aideê: A GUERREIRA DE PORTÃO Reviewed by Márcio Wesley on fevereiro 14, 2021 Rating: 5

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