Dona Aideê: A GUERREIRA DE PORTÃO
Por Márcio
Wesley
As atividades culturais desenvolvidas pela senhora conta com algum tipo de apoio?
Não tenho apoio financeiro de ninguém. Em primeiro lugar amo o que faço e tenho prazer em trabalhar no meio cultural, acho que meu destino foi traçado para fazer isso. Mas infelizmente só tenho boa vontade e a força divina que me mantém com saúde. Sem ajuda financeira tudo é mais difícil, mas, assim mesmo, vamos caminhando. Se tivesse pessoas que me ajudassem financeiramente o trabalho seria bem melhor, mas enquanto esse dia não chega, estou firme e forte, passando para as novas gerações tudo que aprendi ao longo da vida. Quero aproveitar a oportunidade para pedir as autoridades da cidade que me ajude, não com dinheiro, mas com a doação de material (tecidos) para confeccionarmos o bumba-meu-boi e as burrinhas, precisamos também de instrumentos musicais (pandeiro e timbal). Muita gente fala que se eu não correr atrás para fazer as coisas, ninguém mais fará por mim, aí eu pergunto: quando eu morrer o que vai ser da nossa cultura? É preciso mais apoio para que possamos multiplicar com os jovens o nosso passado.
Quem influenciou a senhora no meio cultural?
Desde criança que sou 'metida'
em atividades culturais, meu pai e meus avós paternos foram os responsáveis
por isso. Eles organizavam o terno de reis aqui em Portão e eu fica lá com eles
observando e participando de tudo. Com 15 anos eu já estava na organização o
terno de reis e liderava os movimentos culturais no colégio. Ainda na juventude
comecei a tomar aulas dança afro e fazer apresentações na comunidade. Cheguei a
representar o município de Lauro de Freitas no Parque de Exposições da Bahia.
Minha mãe queria que eu fosse professora, cheguei até a cursar o 1º ano de
magistério, mas larguei. Tirei o 2º grau completo, sou formada em administração
pelo antigo Colégio Ipitanga. Mas o que amo mesmo é produzir arte em minha cidade.
(Villas Magazine, edição108, 2008)
Márcio Wesley | DRT/BA 5469

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