Sobre o convite para ser candidato a prefeito de Lauro de Freitas

Fiquei realmente tocado com o convite para disputar a prefeitura de Lauro de Freitas. É impossível não se sentir honrado ao perceber que a caminhada que venho trilhando, defendendo a memória, a cultura e as histórias do nosso povo, desperta esse tipo de confiança. 

Talvez o convite tenha vindo justamente desse olhar, de quem reconhece que nossa luta por pertencimento e preservação da identidade de Lauro é também uma forma de política, feita no chão da cidade, com afeto e compromisso.

Mas a verdade é que esse não é o meu caminho. Não tenho vocação para ser prefeito, nem estrutura, nem interesse em viver o jogo partidário. Meu campo de batalha é outro. A política que acredito nasce nas escolas, nas praças, nos palcos, nos livros e nas rodas de conversa.

Há anos, Lauro de Freitas carece de políticas estruturantes voltadas à preservação da sua memória e da sua cultura. Por falta de visão e continuidade, o que é nosso vem sendo apagado aos poucos. 

É por isso que algumas lideranças começam a se preocupar com o futuro da nossa história, com a ausência de políticas de preservação e com a fragilidade das ações culturais que deveriam fortalecer nossa identidade.

Espero, sinceramente, que os políticos desta cidade passem a olhar para isso com mais carinho e dedicação, entendendo que sem memória não há pertencimento, e sem pertencimento não há futuro.

Como disse Raul Seixas, naquela canção que fala com ironia e coragem, “Papai, não quero ser prefeito...”, sigo fora desse circuito, mas com o mesmo desejo de transformar.

Continuo sendo o que sempre fui, um agente cultural, um jornalista, um artista, um professor. Uso a palavra e a arte como ferramentas de resistência, provocação e esperança.

Agradeço de coração o carinho e o respeito de quem me vê como uma liderança social. Isso me alimenta e reforça a certeza de que estou no rumo certo, o da cultura, da memória e da educação como forças que mudam realidades.