Entre poesia e liberdade, Ana Cecília apresenta PRETA em Lauro de Freitas

Na noite do dia 23 de agosto Lauro de Freitas foi palco de um encontro literário marcante: o lançamento de PRETA (Ed. BFK Books), terceiro livro da escritora e poetisa Ana Cecília Ferreira. O evento reuniu artistas, jornalistas, poetas, músicos, familiares, amigos e admiradores, celebrando não apenas a obra, mas também a força da palavra que atravessa e conecta.

O lançamento foi conduzido com delicadeza e intensidade. O acompanhamento instrumental ficou por conta do jornalista e percussionista Márcio Wesley; a ambientação recebeu o toque criativo do artista plástico Marcelo Gomes; e a comunicação foi guiada por Paulo Victor, Marcela Leandra e Amanda Raquel. Os registros ficaram nas lentes sensíveis da fotógrafa Itta Araújo, enquanto a acessibilidade foi garantida pela tradução em Libras de Pedro Monteiro.

As artes também se entrelaçaram com a performance corporal e vocal da artista Verônica Mucúna, a leitura poética de Negra Winnie, a interpretação de Renato Lima e o recital com declamações da própria autora.

Ana Cecília transformou a noite em uma celebração coletiva, imprimindo um chamado à originalidade literária e existencial na cidade.

Sou a voz de uma mulher disrupta que aprendeu mais sobre si e que não precisa mais responder à sociedade aquilo que não lhe cabe. Preta é um grito de liberdade. É muito mais do que transição capilar: é mirar o olhar na vasta possibilidade que a transcendência nos convoca

A obra nasce de um processo intenso. Entrelaça entrevistas com dezenas de mulheres, histórias pessoais e memórias revisitadas, transformadas em poesia. Ana sintetiza:

Eu não posso estar no presente sem o meu passado. Foi revisitando memórias antigas que PRETA tornou-se possível. Registro minha gratidão a todas as mulheres que me preencheram de coragem com suas histórias. Sigo iluminada por cada uma delas

Psicóloga, poetisa, palestrante, membro da Academia de Cultura da Bahia e da Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas (ALALF), além de curadora da II Feira Literária Inclusiva de Lauro (FLILAURO), Ana coordena o projeto social Do avesso à palavra, voltado ao incentivo da escrita feminina. Seu trabalho vem se consolidando como uma das vozes mais potentes da literatura negra contemporânea baiana.

Preta é poesia do início às reticências do sem-fim. É amor em todas as suas partes e para além