Arte sustentável transformando nossa comunidade

Por Márcio Wesley

 

 

Recebi uma mensagem pelo WhatsApp de um jovem artista de nossa cidade, fruto do trabalho incansável do Polo de Atores de Lauro de Freitas, Alesson Pires, 26 anos, formado em publicidade, ator e assessor de comunicação do espetáculo “A Menina que Roubava Lixo”, projeto dirigido por Alberto Velloso (Tobé) contemplado pelo Edital Paulo Gustavo, unindo teatro, sustentabilidade e educação, abordando questões cruciais como a crise de resíduos e a mudança climática. 

Incrível como a cultura em Lauro de Freitas encontra formas criativas e educativas de gerar impacto social. Vamos saber dessas e outras novidades com um bate-papo descontraído na companhia do ator e comunicólogo Alesson Pires, que na peça interpreta a Xabru (uma bruxa) mas que ao lado de sua trupe vem ministrando oficinas de práticas sustentáveis no teatro.  

Alesson Pires e a Xabru durante o espetáculo 

  

Sustentabilidade no teatro

 

Desde a concepção, nosso objetivo foi transformar questões urgentes, como o descarte inadequado de resíduos, em arte. O espetáculo utiliza figurinos e adereços feitos com materiais reciclados, enquanto as oficinas ensinam técnicas sustentáveis. A ideia é mostrar que a arte pode inspirar mudanças práticas e despertar um olhar mais crítico sobre nossa relação com o meio ambiente.

 

Para isso, estamos promovendo oficinas gratuitas de maquiagem artística, adereços e figurinos, todas com materiais recicláveis. Além de utilizarmos o teatro como uma ferramenta pedagógica para conscientizar sobre a importância da preservação ambiental e do cuidado com os espaços públicos.

 

 

O fortalecimento da cena teatral

 

 

O teatro em Lauro de Freitas está em plena ascensão, principalmente com incentivos como a Lei Paulo Gustavo. Projetos como o nosso não apenas revelam novos talentos, mas também democratizam o acesso à arte, criando uma cena mais diversa e inclusiva.

Expectativas para 2025

 

Estrearemos em fevereiro de 2025, no Cine Teatro de Lauro de Freitas e no Colégio Estadual de Tempo Integral de Portão. Nosso desejo é emocionar, conscientizar e deixar uma marca de esperança por meio do teatro.

 

O projeto convida todos a mergulharem nessa experiência transformadora, unindo arte e sustentabilidade. Queremos reforçar a ideia de que, juntos, podemos construir um mundo mais consciente. Acompanhe o desenvolvimento do espetáculo e das oficinas pelo Instagram: @ameninaqueroubavalixo.

Iniciativas como as do Polo de Atores ajudam a valorizar a produção artística não apenas de Lauro de Freitas, mas de cidades do entorno da capital, promovendo o respeito e a visibilidade de suas manifestações culturais, ressignificando o papel dessas regiões na cena cultural baiana

 

          

 Tobé Velloso, diretor teatral do Polo de Atores de Lauro de Freitas.

Opinião do blog | Márcio Wesley

 

 

O espetáculo a “Menina que Roubava Lixo” simboliza não apenas a força transformadora da arte, mas também sua capacidade de educar e mobilizar em prol do meio ambiente.  As oficinas gratuitas, que ensinam práticas sustentáveis por meio da criatividade, exemplificam como a educação pode ser veículo de mudanças reais e acessíveis. Essas iniciativas mostram que o aprendizado prático e artístico não apenas desperta talentos, mas também cria pessoas mais responsáveis e atentas às necessidades coletivas.

 

Como diria o ator Augusto Boal, “o teatro não é apenas um evento, é uma forma de vida. Ele pode ser a ferramenta para mudar o que deve ser mudado.” Inspirados por essa visão, projetos como este revelam que a arte é um agente poderoso na construção de um futuro mais sustentável e humano.

 

O Polo de Atores de Lauro de Freitas desempenha um papel vital neste processo, formando artistas que levam a cultura local adiante e ampliam suas possibilidades de atuação. Um pilar de resistência e renovação cultural, conectando a tradição à contemporaneidade.

 

Em tempos de crises ambientais e sociais, iniciativas como esta reafirmam a urgência de investir em arte, educação e na formação de indivíduos comprometidos com o futuro da nossa cidade. Que este seja apenas o início de muitas ações transformadoras desde Polo de talento e de paixão pela cultura, educação e o desenvolvimento sustentável. 

“A Menina que roubava lixo” transcenda a esfera artística. A ausência de transversalidade na gestão pública municipal fragmenta as ações em "ilhas" políticas e partidárias, prejudicando a implementação de iniciativas que exigem cooperação intersetorial. Projetos como este reforçam a urgência de unir esforços para um futuro mais consciente e integrado, onde cultura e educação caminhem lado a lado na construção de uma sociedade ambientalmente responsável.

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Márcio Wesley 

Jornalista | MBA em Comunicação | Lincenciado em artes