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Lauro de Freitas: "do controle militar à liberdade eleitoral”

Especial emancipação 

 

 

Praça da Matriz década de 1960 


Lauro de Freitas viveu como Zona de Segurança Nacional até 1985. A emancipação ocorrida em 1962, foi um marco significativo na história da cidade, representando um passo importante em direção à autonomia administrativa. 


No entanto, apesar do ato de emancipação, o primeiro prefeito, o enfermeiro civil da Base Aérea de Salvador, Celso Pinheiro e os vereadores não passaram por um processo democrático, sendo nomeados pelo governador do estado da Bahia, na época, Juracy Magalhães. Inclusive, quem deu posse ao prefeito Celso e aos vereadores foi o Juiz de Paz Jaime Nery, meu saudoso avô.    

 

Este contexto reflete um período político no Brasil em que muitas decisões locais eram influenciadas por autoridades estaduais ou federais, em vez de processos eleitorais diretos.

 

A nomeação de líderes municipais tinha como objetivo garantir uma administração alinhada com os interesses políticos do governo estadual, o que nem sempre refletia as necessidades e desejos da população, como por exemplo, a substituição do nome de Santo Amaro de Ipitanga para Lauro de Freitas, que foi um importante político baiano, mas que não tinha ligação com o nosso território. 


Lauro Farani Pedreira de Freitas era engenheiro, nascido em 15 de abril de 1901, em Alagoinhas, falecendo em 11 de setembro de 1950, com 49 anos. Foi eleito constituinte e deputado federal pela Bahia em 1945. No ano de 1950, concorreu ao Governo da Bahia, mas durante a campanha eleitoral, poucos dias antes do pleito de outubro, sofreu um trágico acidente aéreo, às margens do Rio São Francisco, em Bom Jesus da Lapa. 



Lauro Farani Pedreira de Freitas 




Continuando...




A falta de um processo democrático imediato após a emancipação gerou em alguns moradores uma certa frustração, que esperavam participar mais ativamente na escolha de seus representantes. Mas o processo eleitoral para vereadores permitiu uma certa representação local, ainda que limitada pelo contexto político da época.


As eleições para vereadores deram a população uma voz, ainda que restrita, nas decisões municipais, mesmo em um ambiente onde o poder executivo local era controlado pelo governo militar.


Com o tempo, a cidade passou a adotar práticas mais democráticas, permitindo que seus cidadãos elegessem seus próprios líderes por meio do voto, consolidando assim sua autonomia e fortalecendo a participação popular na gestão municipal.



Comando da Base Aérea de Salvador


 

Mas durante o regime militar no Brasil (1964 a 1985), Lauro de Freitas foi designada como uma "Zona de Segurança Nacional" (ZSN). Esse status foi atribuído a várias cidades e territórios do país que eram considerados de importância estratégica pelos militares, especialmente em termos de segurança e controle político. 


 

Ao ser designada como Zona de Segurança Nacional, Lauro de Freitas passou a ter suas atividades e administração sob maior controle e supervisão das autoridades militares, sobretudo da Base Aérea de Salvador. Isso incluía a nomeação de prefeitos e outras autoridades locais como Juiz de paz e delegado de polícia.  


 

A justificativa para tal controle era a manutenção da ordem e a prevenção de atividades subversivas, de acordo com a visão do regime militar. Essa medida teve um impacto significativo na política local, limitando a autonomia da cidade e a participação da população na escolha de seus representantes.


 

A administração de Lauro de Freitas durante esse período foi marcada por uma centralização do poder e uma redução na influência democrática, refletindo a situação política mais ampla do Brasil sob o regime militar.


 

O status de Zona de Segurança Nacional de Lauro de Freitas durou até 1985, quando o Brasil começou a transitar para a redemocratização. Durante este período, a cidade, assim como muitas outras no país, estavam sob o controle direto do Governo Federal.


 

A redemocratização trouxe uma série de mudanças, incluindo o desmantelamento do status de ZSN. Com o fim do regime militar em 1985, Lauro de Freitas voltou a ter eleições democráticas, permitindo que seus cidadãos escolhessem seus representantes municipais por meio do voto direto.  



Este foi um passo crucial para restauração da autonomia política e administrativa da cidade e o fortalecimento da participação popular. A trajetória de Lauro de Freitas desde sua emancipação até o fim do status de Zona de Segurança Nacional, reflete a complexa história política do Brasil durante o tempo do regime militar. 


 

A cidade passou por um período de controle centralizado, mas restaurou suas práticas democráticas, permitindo uma administração mais participativa e representativa.




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Márcio Wesley 

Jornalista | MBA em Comunicação e Semiótica | Licenciado em Artes   



Lauro de Freitas: "do controle militar à liberdade eleitoral” Reviewed by Márcio Wesley on julho 29, 2024 Rating: 5

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