Avião caiu próximo ao Rio Ipitanga
O lendário avião Douglas
C-47 foi largamente utilizado durante a Segunda Guerra
Mundial (1939 a 1945), tornando-se um dos principais equipamentos da vitória aliada.
Mais de 10 mil unidades foram fabricadas em suas várias versões, tanto para
transporte de tropas, paraquedistas e cargas. Com velocidade de cruzeiro de 207
km/h, capacidade para 21 a 32 passageiros ou 2. 700 kg de carga, com um alcance
de 2. 400 km e operava com tranquilidade em pistas curtas.
Estas aeronaves foram pioneiras em muitas rotas de
viagens, pois podiam atravessar os Estados Unidos, Continentes e
possibilitava voos em todo o mundo . Transportava os passageiros
com conforto, segurança e confiabilidade. Após a guerra, o mercado da aviação foi
inundado com estes aviões, a maioria excedentes das forças armadas. No Brasil havia remanescentes da frota desse avião até o
final da década de 1960. A Força Aérea
Brasileira desativou os seus C-47 em 1983.
Após o término da Segunda Guerra, a Varig adquiriu
uma grande frota de aviões que durante 25 anos prestaram serviços a saudosa empresa, que marcou a aviação comercial brasileira.
C 47 aterrissou próximo ao Rio Ipitanga
Meu pai Nivaldo Santos
Nery, 76 anos, me contou a história do avião que caiu praticamente às margens
do Rio Ipitanga, aqui no centro de Lauro de Freitas, que na época se chamava
Santo Amaro de Ipitanga. “Eu estava em Salvador era 1956 e quando cheguei em casa
o pessoal foi logo dizendo: caiu um avião da Varig aqui no fundo do quintal, lá próximo
ao Rio Ipitanga”.
Relatos
dos moradores da época
O avião apareceu voando baixo
e passou raspando a ponte que na época era de madeira, próximo que hoje é o Condomínio Clériston
Andrade, assustando as pessoas. “Os caminhões
de Alfredo estavam sendo lavados no rio na hora que o avião passou quase que alisando
a ponte. Alfredo carregava tijolos fabricados numa antiga olaria que ficava onde se
encontra atualmente os prédios do Clériston. A aeronave fez um pouso de
emergência próximo ao barracão de palha da
Olaria”, lembra seu Nivaldo.
Ninguém
morreu no acidente
“Seu Severo, marido de Dona Caú, nossa vizinha aqui na
rua, tinha uma roça próximo ao rio Ipitanga, num lugar que chamávamos de “ferrugem”,
onde a gente tomava banho e bebia água. Ele contou que uma mulher saiu do avião
assustada, correndo e que ela quase se machucou na cerca de arrame farpado da
roça”.
Graças a Deus não teve
mortes, “no outro dia eu fui ver o bichão lá, que por pouco, não bateu em um pé
de dendê da altura de dois postes, o avião parou ao lado.
A aeronave foi desmontada
“O C 47 foi desmontado minuciosamente
e tudo passou aqui pela nossa rua nos caminhões. A equipe que desmontou o avião carregavam as peças pela casa de farinha de Seu Mané Pequeno. Foram dias nesta
operação e eu vi passar as assas e outras peças”, recorda seu Nivaldo Nery,
que na ocasião tinha uns 10 anos. São histórias de quando eu era menino aqui em
Santo Amaro de Ipitanga”, conta com orgulho os momentos vividos em sua terra natal.
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
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