Horace Pippin, um soldado da arte!
Baseado no livro - Soldados do Jazz (1914 | 1918)
Lendo o livro "Soldados do Jazz", me deparei com muitos personagens de uma história real de superação, mortes, discriminação, bravura, terror e jazz. O soldado Horace Pippin chamou a minha atenção não apenas pela sua coragem, mas pelos dons artísticos, seus desenhos e o seu interesse de contar suas experiências num diário, que inclusive serviu de inspiração para o livro. Fiquei curioso em saber um pouco mais sobre o soldado pintor no Google, fui arrebatado pela surpresa do seu legado e a sua importância no campo artístico. No finalzinho do livro, nas páginas 193 e 194, tem um resumo sobre a vida de Pippin.
Os desenhos foram seu refúgio durante a guerra na França (I Guerra Mundial), mas ao retornar aos Estados Unidos, Horace teve que conviver com os traumas físicos causados pela bala que mutilou parte do braço durante uma ofensiva no campo de batalha, exigindo uma mudança drástica de técnica na hora de pintar. Uma recuperação a golpes de pincel. Para aquele que já era um artista autodidata, seguiu firmemente segurando delicadamente o punho direito com a mão esquerda, guiando sua imaginação diante da tela.
James Horace Pippin nunca esqueceu o sofrimento da guerra e nunca entendeu a violência dos homens, que são todos irmãos, como afirma a Bíblia. Deprimido e confuso, tentou levar a vida sem deixar a pintura de lado. Em seus cerca de 140 quadros os temas foram diversos: guerra, escravidão, segregação racial e cenas da vida cotidiana. Suas obras misturam formas suaves e cores quentes.
Em 1937 expõe um dos quadros na vitrine de um sapateiro do bairro, e seu talento é descoberto por um galerista e suas telas chegam a fazer algum sucesso. Porém, apesar de exposições significativas, Pippin permanece um artista ancorado no mundo real e com dificuldade financeira. Tanto que, prevendo as vacas magras, Jennie (sua esposa) continua trabalhando bastante como lavadeira.
Em 1940, sua carreira de artista decola, mas sua vida pessoal naufraga, Jennie tem um surto e é internada em um manicômio. A bebida torna-se a sua terrível companheira e pouco a pouco, vai deixando o mundo dos vivos, morrendo em sua cama no dia 6 de julho de 1946, aos 58 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Suas telas estão expostas nos maiores museus americanos e seus diários de guerra foram escaneados, em 2006, pelos Arquivos de Arte Americana e são fontes importantes da história.
Seguem algumas das suas lindíssimas obras
Márcio Wesley | DRT/BA 5469
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