Lauro de Freitas precisa assumir sua história

Por Márcio Wesley

A história de uma cidade não se sustenta apenas sobre prédios e avenidas. Ela vive na memória do seu povo, nos registros, nas tradições e nas vozes que atravessam gerações.

É por isso que, mais uma vez, faço este apelo público: Lauro de Freitas precisa adotar políticas estruturantes e permanentes de preservação da sua memória histórica e cultural.

Há anos acompanhamos o esvaziamento de ações concretas voltadas a essa pauta. Mesmo com inúmeras reuniões já realizadas com gestores da atual administração, e embora exista neles o reconhecimento da importância do tema, o fato é que nada de palpável foi implementado até agora.

É visível que a falta de uma equipe técnica preparada e a ausência de prioridade no planejamento municipal são entraves sérios.

Mas o tempo está passando, e a omissão pode custar caro para as futuras gerações. Não se preserva o que não se conhece, e não se respeita o que se deixa apagar.

Estamos há quase um ano de gestão e Lauro de Freitas ainda não tem um núcleo ou departamento voltado ao patrimônio histórico e cultural.

Isso causa estranhamento, sobretudo em um governo liderado por dois filhos da terra, Débora e Mateus, que conhecem de perto a importância de resgatar e valorizar a história da cidade que os viu prosperar na política.

A criação desse núcleo não é um capricho ou uma formalidade burocrática, é uma urgência. É o primeiro passo para organizar arquivos, restaurar documentos, valorizar a produção cultural local e garantir que as escolas e espaços públicos sejam também lugares de memória e pertencimento.

Governar olhando apenas para o horizonte é correr o risco de esquecer o solo onde pisamos. É hora de agir com firmeza e sensibilidade, de respeitar e preservar o legado da nossa gente.