Exposição Cultura da Paz

Centro Educacional Municipal Fênix 

Antes de tudo gostaria de expor o meu desafio em fazer mais uma graduação, sou formado em jornalismo (bacharel) e durante a pandemia com o desígnio de incentivar meus filhos a estudarem à distância, resolvi fazer o mesmo com quase 50 anos. Confesso que pensei em desistir do curso quando chegou o período dos estágios, não é fácil conciliar minha rotina (trabalho e família) com as demandas do estágio, neste período da vida.

Entretanto, e apesar de todo sacrifício, fui surpreendido com uma turma do 6º ano cheia de energia e criatividade, que me acolheu com carinho e respeito.

O desafio se transformou numa atividade prazerosa, repartida pela educação e a arte visual, uma disciplina ampla e cheia de possibilidades.

Liberdade de expressão nas pinturas 

A nossa métrica educacional foi alicerçada na liberdade de expressão artística, dando vez e voz para os alunos descreverem seus sentimentos através da arte visual com tintas, pincéis e papelões. Assim, como a linda canção cantada por Toquinho: “Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo. Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu”...

Experimentamos inúmeras possibilidades de proclamar a vida através da pintura, culminado com outras linguagens culturais como teatro e a música numa grande atividade de culminância interdisciplinar na escola. 

As artes integradas envolveu não apenas as artes visuais, mas também o teatro com o professor (estagiário) André Luís Pituba, Licenciando em Teatro. Trabalhamos em conformidade e atentos as recomendações da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), realizando uma “Mostra Cultural” com exposição (artes visuais) com telas de papelão pintadas pelos alunos e uma peça de teatral intitulada de “Somos Fênix”, encenada pelos estudantes abordando as questões ligadas ao bullying, cultura da paz e a empatia.

A música também fez parte deste contexto com os estudantes cantando e apresentando canções autorais sob a batuta do mestre Hélio de Oliveira Santana, professor de música do Centro Educacional Municipal Fênix. 

Por meio dessas práticas artísticas, focada de modo especial nas artes visuais e no meu estágio com a turma do 6º ano do ensino fundamental II, a pintura foi algo transcendental abordando a possibilidade real de acessar as riquezas plurais que fizeram e fazem parte do cotidiano dessas crianças, meninos e meninas que construíram e constroem com suas criatividades e vivências “mundos”, ou melhor, telas com suas visões de mundo.

É preciso planejar e executar uma estrutura para manter viva e difundir entre eles essa oportunidade de pintar livremente. Ao conviver com pessoas da arte aprendemos práticas sociais relevantes e motivações pertinentes para manter acesa as tradições, memória, expressões e práticas culturais.  

Os alunos participam de diferentes modos dentro do amplo leque da cultura, cada um assumindo uma posição, observando de seu jeito e compartilhando isso livremente, algo realmente muito especial na minha visão de professor/estagiário. Foi um momento de trocar ideias e expandir os laços com respeito, amizade e especialmente, tendo a arte como ferramenta de socialização e educação.

O saudoso filósofo australiano John Passmore, descreveu que: “uma pessoa ensina quando transmite fatos, cultiva hábitos, treina habilidades, desenvolve capacidades, ensina alguém a nadar ou a apreciar música clássica, mostra como funciona um foguete lunar, ou que, e por que, os planetas se movem em volta do sol”.

Dessa maneira, podemos compreender o papel do professor na troca de experiências e transmissão do que aprendeu ao logo da vida com seus alunos. A Arte Visual na rotina escolar contribui para a disseminação da linguagem artística no processo do desenvolvimento das emoções, da cultura e até mesmo na alfabetização, além da coordenação motora, raciocínio, senso crítico e muito mais. 

A sensação é de dever cumprido, tendo como orientação educacional a concepção cultural como linguagem social, corporal e de aprendizado. Neste estágio os alunos foram os verdadeiros protagonistas exercendo seu papel como seres humanos livres para expressarem o que pensam através da pintura. Realizamos uma exposição com o tema Cultura da Paz que foi exposta em um dos corredores da escola durante a Mostra de Artes.

Os alunos “pintores/artistas” ficaram maravilhados com suas obras expostas, os professores e pais orgulhosos em ver obras relevantes e com mensagens embora rotineira, mas feitas com coração e liberdade. O resultado foi positivo, revelando o quanto precisamos avançar com a arte nas escolas. Percebermos que o poder das artes na educação é um pássaro livre, levando a criatividade para onde quisermos.

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Márcio Wesley | DRT/BA 5469
Jornalista com MBA em Comunicação
e Semiótica na linguagem artística / Licenciando em Artes Visuais